Um concurso do Ministério do Planejamento foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de favorecimento a contratação de indicados políticos, com cargos de chefia no serviço público, conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo ministros da corte, o edital dá excessivo peso à experiência profissional em “atividades gerenciais”.

A seleção prevê a nomeação de 150 especialistas em políticas públicas e gestão governamental, com salário de R$ 13,6 mil. Ao todo, 9,6 mil pessoas se inscreveram para fazer as provas objetiva e discursiva da primeira fase, cujo resultado ainda não foi divulgado. De acordo com o tribunal, o principal problema está na segunda etapa do processo, que pede a comprovação de títulos e prática profissional.

De acordo com o jornal, quem for selecionado pode obter até 200 pontos. O candidato soma até 50 se tiver título de doutorado; até 40 com mestrado; e até 30 com especialização. Para quem atestar experiência em atividade gerencial, a pontuação pode chegar a 150, ou seja, privilegiando quem ocupou posição de gerência nos 10 anos de gestão do atual governo. “É um concurso que parece que tem endereço certo”, critica o ministro do TCU José Jorge, para quem as regras se assemelham a uma “coisa para contratar petista”.

A secretária de Gestão Pública do Planejamento, Ana Lúcia Amorim Brito, argumenta que os gestores vão assessorar e liderar equipes na formulação e implantação de políticas públicas, sendo a vivência de mercado um “diferencial competitivo “que se ajusta mais às exigências do cargo que o banco universitário”. Ana Lúcia explica que a primeira fase, de conhecimento, é a que tem mais peso – 70% da pontuação.