Com a intenção de ‘escriturar’ uma chácara comprada da Imobiliária Santa Maria, há pelo menos 12 anos, e que teve como representantes legais Maria Arantes de Oliveira e Ary Coelho Júnior, o Poder Judiciário emitiu uma citação pedindo a presença destas pessoas no cartório. O que eles não disseram ou não sabem é que ambos, mulher e filho do ex-prefeito de Campo Grande, Ary Coelho, já são falecidos.

O edital da 11ª Vara Cível, do Juiz de Direito José Eduardo Neder Meneghelli, comenta que eles estão em ‘local incerto e não sabido, sendo que devem oferecer contestação no prazo de 15 dias, sob pena de revelia… E, para que ninguém alegue ignorância, expediu-se o edital publicado na imprensa, na forma da Lei’.

Segundo o advogado Luciano de Miguel, o seu cliente Caio Wesley da Silva Rios, comprou o imóvel de 21 mil metros quadrados, na saída para Três Lagoas, pelo preço de R$ 15 mil.

“Ele precisa ‘escriturar’ o imóvel e desde então não foi aberto nenhum inventário, que comprove a compra. Agora, o cartório exigiu não só o recibo de quitação, mas também a presença dos proprietários. E, de acordo com a lei, qualquer fato deve ser noticiado em edital”, disse o advogado, ficando surpreso com a notícia de que as pessoas citadas já estão mortas.

O edital foi publicado no dia 27 de maio de 2013, no Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul. Surpreso com a falha, um leitor assíduo de todos os veículos da Capital entrou em contato com o Midiamax.

“Como eles dizem que eles estão em local incerto e não sabido? Eu sei o local, que é o jazigo da família no Cemitério Santo Antônio, em Campo Grande. Acompanhei toda a gestão do ex-prefeito Ary Coelho e achei um desrespeito com a família”, avalia o leitor.