Os irmãos gêmeos Diogo Feliciano Rodrigues e Thiago Feliciano Rodrigues, 27, e o professor Waldemir Ribeiro Acosta, de 35, que foram presos em flagrante tentando fraudar a prova do concurso da Polícia Civil em Campo Grande, foram aprovados em um concurso da prefeitura para agente comunitário de saúde.  O diário oficial de 22 de maio desse ano mostra que eles se classificaram em 13º, 14º e 15º colocações para o cargo de assistente de serviço de saúde.

De acordo com a prefeitura, Waldemir foi aprovado, mas não apareceu no local de trabalho. Diogo foi aprovado no concurso, mas não assumiu por conta dos antecedentes criminais. Thiago assumiu o cargo de assistente de serviço de social. O salário para essa vaga é um pouco maior que o valor de um mínimo.

Todos os acusados já pagaram fiança e estão respondendo ao processo em liberdade. A delegada da Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários), Ariene Murad Cury, afirmou que o concurso da prefeitura será investigado e que os acusados poderão responder a um processo administrativo caso seja confirmada a fraude.

A delegada também informou que os irmãos estavam sendo monitorados desde o início de outubro, porque já haviam sido flagrados tentando fraudar o concurso da Polícia Militar.

“Há um inquérito contra eles, designado pelo Delegado Geral Jorge Razanauskas por tentativa de fraude no concurso da PM. Até então não sabíamos o modus operandi deles, até obtermos a confissão”, conta.

Conforme a delegada, os gêmeos contrataram o professor que tinha a inscrição paga pelos irmãos e receberia R$ 500 para fazer a prova e sair no primeiro horário, levando o caderno de questões. De posse desse caderno, Waldemir transmitia as respostas do concurso via SMS por celular. De acordo com a delegada eles se conheceram em 2010, quando os gêmeos foram alunos de Waldemir no cursinho Projovem, no bairro Dom Antônio Barbosa.

Diogo tem passagem pelo policia por violência doméstica. A fiança dos gêmeos ficou em 5 salários mínimos e a do professor em 7, por conta da conclusão  da fraude. “Nós vamos continuar investigando o caso. Olha a ironia, eles queriam entrar na força policial por meio de fraude”, conclui a delegada.