A ordem de suspensão foi expedida na segunda-feira (21), e será mantida até decisão final do mandato de segurança

A juíza Adriana Lampert, de Bonito, mandou suspender nesta segunda-feira (21), o Curso Técnico de Guia de Turismo da cidade. Segundo informações da secretaria do Fórum local, a suspensão deve durar até a decisão final do mandato de segurança, expedido em favor de sete alunos. O cancelamento das aulas se deu em razão de irregularidades apontadas no processo de seleção, que segundo alega a defensoria pública, não proporcionou oportunidade de defesa e foi embasada em critérios subjetivos.

Tiago Rocha, que é um dos sete alunos que questiona o processo de avaliação, contou que a admissão dos alunos era embasada em duas etapas, sendo análise de enquadramento e análise de currículo mais entrevista. “Após sermos aprovados na 1ª fase, perante uma comissão julgadora de quatro pessoas fomos considerados inaptos na 2ª, por não ter perfil adequado, mas somente há alguns dias atrás, depois de publicarem a lista de aprovados e ter iniciado as aulas, foram disponibilizadas as notas, ou seja, depois que venceu o prazo para recurso de classificação”, afirmou.

Sentindo-se prejudicados, eles foram à defensoria pública, para pedir que fosse questionada a oportunidade de defesa e o critério subjetivo da avaliação. “Eu moro em Bonito há 20 anos, trabalho com turismo há 12 anos e tenho conhecimento da geografia local, que eram alguns dos requisitos. Mas no primeiro dia de aula, durante as apresentações, vimos que na sala de aula havia pessoas aprovadas que não residiam em Bonito e muito menos eram da área de turismo. Não somos contra que eles façam o curso, mas também queremos ter o direito de fazer parte de uma especialização voltada para pessoas da nossa área”, explicou.

Os alunos estavam assistindo as aulas em posse de uma liminar. Os responsáveis pelo curso são a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado), prefeitura Municipal de Bonito, UFMS (universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e Secretaria Municipal de Turismo.

Procurados pela reportagem, a secretaria de Turismo, bem como a prefeitura informaram que apenas a UFMS e Fundect poderiam responder. A UFMS local ainda não havia sido notificada sobre o caso e na Fundect, a assessoria jurídica declarou que não recebeu qualquer comunicado oficial sobre a decisão da juíza, mas alegou que não tem conhecimento de irregularidades no processo seletivo, sustentando que a escolha dos aprovados foi embasada nos critérios do edital.