Dezessete candidatos, entre 10 e 17 anos, participaram do 1º Concurso ‘Beleza Negra Estudantil’, na noite deste domingo (20), em Corumbá. O evento foi realizado pelo Instituto Madê Korê Odara do Pantanal (IMKOP) para celebrar o Dia da Consciência Negra.

No ginásio do Corumbaense Futebol Clube, no total, 12 garotas disputaram o título. A vencedora do ‘Beleza Negra Estudantil’, Margarida Nascimento Gonçalves, de 17 anos, destacou que o concurso tem papel importante para toda a sociedade: “É uma forma de valorizar a nossa beleza negra”, disse a estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos.

“Foi uma iniciativa muito boa. Já ganhei três vezes na escola onde estudava; continuei e hoje ganhei em Corumbá”, declarou a jovem vencedora.

Tales Augusto Costa Rosário, de 15 anos, foi o campeão masculino. Na verdade, o aluno da 8ª série da Escola Municipal Caic Padre Ernesto Sassida, ficou na segunda colocação geral com 185 pontos, mas foi o primeiro entre os cinco candidatos da categoria. “Foi muito bom representar minha raça, valeu a pena. Não esperava ganhar não”, disse o garoto.

Os cinco jurados deram notas de 5 a 10 para os quesitos: simpatia; passarela; beleza e traje. Além da roupa cotidiana, os candidatos desfilaram com trajes que remetiam à cultura africana.

Atitude dos participantes

A presidente do Instituto Madê Korê Odara do Pantanal, Nara Nazareth de Lima Monteiro, afirmou que os candidatos mostraram “atitude” ao participar do concurso, que não contou com grandes patrocínios e apoios para sua realização.

“Esses jovens tiveram a atitude ao assumir a ‘negritude’ a partir do momento em que aceitaram participar do evento. A decisão foi totalmente deles, pois as escolas não participaram. Eles (alunos) se prontificaram para concorrer. Os estudantes vieram e isso fortaleceu a iniciativa”, enfatizou a presidente do Instituto.

Para Nara, a participação dos adolescentes no Beleza Negra Estudantil foi uma etapa significativa para a inclusão, ainda maior, da juventude corumbaense no movimento negro. “É o primeiro passo em se tratando de juventude. É fácil falar do movimento negro e contar histórias do passado, mas temos que ver o presente. E esse projeto é mais amplo que o concurso”, complementou.