Primeiro semestre de 2024 terminou positivo para Mato Grosso do Sul no setor de exportações de carne bovina e trouxe receita de US$ 594,2 milhões – cerca de R$ 3,2 bilhões na cotação atual – para o Estado.

Conforme dados da Abrafigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), de janeiro a junho deste ano foram exportadas 155.568 toneladas de carne in natura e processada por MS – 10,08% do total nacional. Esse volume é 41% maior que o registrado no mesmo período de 2023.

No primeiro semestre do ano passado, o Estado exportou 110.321 toneladas, que representou 10,02% do total nacional. Além da maior saída do produto estadual, a receita também cresceu em 2024, mas não no mesmo nível das exportações: 26% em comparação aos primeiro seis meses de 2023.

O Estado vendeu US$ 594,2 milhões (R$ 3.247.659.520,00) em carnes contra US$ 470,2 milhões do ano passado (R$ 2.569.925.120,00). No acumulado do ano no Brasil, as exportações alcançaram 1.440.893 toneladas (+34%) contra 1.076.325 toneladas no mesmo período de 2023.

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Carne bovina (Divulgação, Semadesc)

Como consequência de preços menores por tonelada, a receita cresceu apenas 18%. Em 2023, os preços médios foram de US$ 4.583 no primeiro semestre e de US$ 4.041 nos primeiros seis meses de 2024. A receita foi de U$ 4,933 bilhões no ano passado e de US$ 5,822 milhões neste primeiro semestre.

China: potência importadora

O aumento das vendas de proteína animal para a Ásia tem papel fundamental no cenário de exportações de Mato Grosso do Sul. A China, que já era o maior parceiro comercial do Estado, destino de 26% dos produtos no primeiro bimestre do ano passado, passou a ter uma fatia ainda maior, com 38,6% neste ano (até fevereiro).

O gigante asiático comprou US$ 510,1 milhões em produtos de Mato Grosso do Sul, 79,3% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. A China também é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, se destacando como maior parceiro comercial para proteína animal.

Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões. No recorte bovino, a China comprou mais, mas pagou menos no primeiro semestre e representou 39,4% da exportação total.

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Carne bovina (Divulgação, Semadesc)

Em 2023 foram movimentadas 518.268 toneladas com receita de US$ 2,611 bilhões. Em 2024 foram 567.683 toneladas com receita de US$ 2,516 bilhões. Os preços médios caíram 12%, passando de US$ 5.040 no ano passado para US$ 4.433 neste ano.

Estados Unidos

Os Estados Unidos se transformaram no segundo maior comprador da carne bovina brasileira e participaram em 2023 com 10,9% da exportação total. Em 2024, a participação subiu para 15,4% com as importações passando de 116.805 toneladas para 222.094 toneladas (+90,1%).

Os preços médios, porém, caíram de US$4.150 no primeiro semestre de 2023 para US$ 2.900 no primeiro semestre de 2024. Com isso, a receita não acompanhou a evolução do volume e cresceu 39,9%, passando de US$ 485 milhões no ano passado para US$ 644,6 milhões neste ano.

Hub do Oriente Médio

O terceiro maior importador da carne bovina foram os Emirados Árabes, país que funciona como um “hub”, centro distribuidor do produto para outros países do Oriente Médio.

No primeiro semestre de 2023, os Emirados compraram apenas 22.142 toneladas com receita de US$ 125,4 milhões. Neste ano, no mesmo período, as compras evoluíram para 95.101 toneladas (+237%), com receita de US$ 435,4 milhões (+ 247%). No total do semestre, 89 países aumentaram suas compras e 71 reduziram suas importações.