Em pouco tempo, tokenização e moeda digital farão parte da rotina dos brasileiros

Novos termos que farão parte da nossa rotina em pouco ou pouquíssimo tempo e Andreas Blazoudakis esteve em MS, na última semana, para explicar sobre o assunto

Graziela Rezende – 25/08/2024 – 17:31

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(Internet/Reprodução)

O ano era 1995 e Jô Soares fazia uma entrevista, com um anúncio que parecia estarrecedor. Na época, o fundador da Microsoft, Bill Gates, aparecendo na “TV tubo” dos brasileiros, disse que, em pouco tempo, a forma de nos comunicarmos seria revolucionada. Ele estava falando do celular e é até algo que nos faz rir hoje. Agora, nesta plataforma digital, é hora de ficar atento aos novos termos que farão parte da nossa rotina em pouco ou pouquíssimo tempo: tokenização e moeda digital.

Para explicar sobre o assunto, o Jornal Midiamax recebeu um apaixonado por tecnologia, o empreendedor e CEO da Netspaces, além de outras 18 startups, Andreas Blazoudakis. Presente em Campo Grande na última semana, veio para difundir conhecimento sobre a tokenização imobiliária (exploraremos o assunto mais adiante). No entanto, entre os seus feitos, estão empresas que criaram, por exemplo, a votação para o BBB (Big Brother Brasil) e até mesmo o Ifood.

“Estamos diante de um novo reset da economia digital, em que as empresas e os aplicativos vivem conceitos como same day, same hour, same minute e same instant. E, neste caso, estamos disseminando informações sobre tudo isto e a propriedade digital. Por exemplo: quanto que significa o financiamento imobiliário para o PIB (Produto Interno Bruto) do país? O modo de comprar uma casa está em revolução e a maior mudança dos últimos 150 anos, do mercado imobiliário, já está acontecendo”, explicou Andreas.

Poder digital e a moeda DREX, o “primo rico do PIX”

(Reprodução)

Para que as pessoas entendam o impacto das novas tecnologias, Andreas define o conceito do “poder digital” e nossa frequência de uso das tecnologias, principalmente, após a tecnologia.

“Nós estamos em 2030, digamos assim, e isso foi acelerado por conta da pandemia. Antes, as pessoas faziam uma compra pela internet a cada três meses, por exemplo. Hoje, a realidade é muito diferente e, quando se fala em pedir comida por aplicativo, a frequência é maior ainda”, ressaltou.

No caso de bancos digitais, o especialista ainda trouxe um dado: existem cerca um bilhão de contas, o que dá uma média de 5,5 contas por brasileiro. E, neste momento, o que está sendo discutido pelos bancos é a tokenização da moeda. “É o CBDC: Central Bank Digital Currency, a moeda Drex, que deve estar na mão dos brasileiros em um ano e meio e, na economia, todos estão se preparando para fazer DVP (Delivery Versus Payment). É um divisor de águas neste momento de era digital”, argumentou Blazoudakis.

Agora, quando se fala em imóveis, podemos pensar no token. Hoje, a maioria das propriedades são analógicas, mas, algo está mudando…fruto da web 3, a nova maneira de se comunicar no formato online. “Essa internet é baseada em inteligência artificial e blockchain e lida muito bem com propriedade, então, aqueles ativos esquecidos no tempo, no caso o ativo imobiliário, passarão a ser os protagonistas desta nova internet, então, existe uma nova tendência mundial, de tokenização da economia e do patrimônio mundial”, explicou o especialista.

Internet 3 e LGPD

A internet 3 faz com que as empresas não sejam donas do dados. “Eles são gravados de maneira distribuída. E o que isso quer dizer: quando eu fizer uma transação de um imóvel e fizer a transmissão de propriedade contra um PIX, em tempo real, isso não é gravado em um banco de dados e sim em cerca de 60 mil computadores ao redor do mundo. E aí eu pergunto: quem conseguiria invadir este número para mudar esta transação? É a rede mais segura que existe”, disse.

Desta forma, as pessoas precisarão ter carteiras digitais. “O que pode acontecer é que, se você guardar os seus bitcoins e suas propriedades, por exemplo, já que é uma opção a pessoa ter esta auto custódia, ela pode sim ser hackeada ou esquecer a chave. E a gente não indica isso, senão você se torna vulnerável também. A rede não é vulnerável, é inviolável. O blockchain é uma cadeia de blocos, em que é feita uma corrente, não é possível fraudar”, explicou.

Por ter acompanhado o nascimento da internet pelo celular, Andreas disse que já vivenciou “vários resets”. “No caso da votação do BBB, não sei se muitos vão se lembrar, mas, era algo feito pelo SMS. De repente, apareceu o aplicativo e, de uma hora para outra, mais de 10 mil empresas apareceram….depois o 4G e agora o 5G. O e-commerce foi se preparando para entregar tudo o mais rápido possível, então, teve esses resets e agora, que é o que está acontecendo agora e vai mudar os últimos 150 anos do mercado imobiliário, envolve a matrícula, a papelada toda no formato digital”, afirmou.

Confira a entrevista completa:

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