Em meio à seca, incêndios e queda na produção, milho é vendido por preço 31% menor em MS

A receita gerada é 4,3% menor que a de 22/23, representando 7,4 bilhões a menos em MS

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Foto (Semadesc)

A seca e os incêndios do Pantanal em Mato Grosso do Sul prejudicam a produção e comercialização do milho safrinha, que já é vendido a um preço 31% menor que no ciclo anterior. Além disso, a produção registra queda de quase 20% neste ano agrícola.

Conforme o analista de Economia da Aprosoja (Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Mateus Fernandes, o preço ponderado de comercialização do milho 2023/24 está em R$ 48,71, para a saca de 60kg. Na safra anterior, o valor estava em R$ 70,69. Ou seja, houve uma retração de 31%.

“Só isso já é um fator importante que impacta na economia local, mas, para além disso, com a produtividade média do estado em 86,3 sc/ha, isso representa uma redução de 45 milhões de sacas produzidas no estado, entre as safras 23/24 e 22/23”, explicou.

Segundo ele, a receita gerada é 4,3% menor que a gerada em 22/23, representando 7,4 bilhões a menos que a receita da safra anterior.

A explicação para as perdas está no estresse hídrico ao qual as lavouras do Estado foram submetidas.

“Essa situação adversa afetou uma área total de 785 mil hectares em Mato Grosso do Sul. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril, com períodos que variaram de 10 a 30 dias de estresse hídrico, e mais recentemente, entre abril e junho, com mais de 70 dias sem chuva”, pontou Gabriel.

Queda na produção e colheita

Além da redução do preço comercializado, a produção registra queda de quase 20% neste ano agrícola, mostram os dados SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), detalhados no Boletim Casa Rural. O milho safrinha está em fase de plena colheita no Estado.

Conforme divulgado, a estimativa é que a 2ª safra seja 5,8% menor em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 2,2 milhões de hectares.

Desse plantio, a Aprosoja estima uma produção de 11,4 milhões de toneladas, número que representa a queda de 19,2%. Por fim, a produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, com uma retração de 14,25%.

Os dados do SIGA, referentes à terceira semana de junho, mostram que até o dia 21, a colheita do milho alcançou 8,2% da área total.

Condições climáticas severas

Nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, as condições são majoritariamente boas, variando de 55,9 a 85,8%. Por outro lado, as regiões sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode se encontrar lavouras com até 50% de condições ruins.

Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), as condições climáticas severas são mais perceptíveis nas lavouras no sul do Estado.

“Temos uma condição climática complexa em Mato Grosso do Sul, com uma seca severa que não impacta somente na questão dos incêndios no Pantanal. Ela tem afetado também as outras regiões, como é o caso do sul do Estado, onde mais de 50% lavouras de milho estão em condições ruins ou regulares”, explicou.

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