Aprender ainda na juventude sobre como lidar com o dinheiro pode fazer uma grande diferença na vida adulta. A partir deste princípio, a educação financeira está cada vez mais presente em cursos e escolas, que preparam jovens para questões como juros, taxas, questões bancárias e financeiras.

Neste ano, uma novidade jogou ainda mais luz à questão, com o lançamento do Programa Pé-de-meia do Governo Federal, onde jovens matriculados na rede pública no ensino médio passaram a receber neste ano valores mensais de R$ 200 reais, como forma de incentivo para sua permanência e conclusão escolar.

Os valores podem ser sacados em qualquer momento. Além disso, ao final de cada ano concluído, recebe um depósito de R$ 1.000, que só podem ser sacados após se formar no ensino médio. Considerando as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e, ainda, um adicional de R$ 200 pela participação no Enem, os valores chegam a R$ 9.200 por aluno. 

É preciso saber lidar com dinheiro

Neste sentido, mostra-se necessário que os jovens tenham clareza quanto à questão de como lidar com esse dinheiro, de forma que contribua para sua formação, estudos, perspectivas de futuro e também qualidade de vida.

É o que acredita a economista Daniela Dias. “É necessário programas de educação financeira melhor estabelecidos porque temos culturalmente um problema no País de superendividamento bastante significativo, então esses jovens devem já começar a pensar em seu futuro”, destacou a economista.

Para ela, são dois os aspectos que devem ser compreendidos pelo jovem ainda em fase escolar: o equilíbrio financeiro, ou seja, as receitas e despesas, assim como noções dos custos das coisas, para melhora das tomadas de decisão.

“Outro aspecto muito importante está em saber o preço das coisas, o quanto custa, o quanto precisa muitas vezes ser trabalhado para conquistar. Então essa noção de conquistar a partir do esforço e através também do equilíbrio financeiro”, completou.

A questão é que nem sempre esses jovens têm acesso a uma educação financeira apropriada, seja em casa ou nas escolas. São lições e estímulos que se mostram ainda mais importantes nesta fase da vida.

Para muitos jovens, o dinheiro é recebido apenas sob demanda, ou seja, só quando pedido diretamente aos pais ou responsáveis ou sob a forma de ‘mesada’, a quantia que este jovem terá disponibilizado para um período predeterminado.

Há ainda opções de cartões magnéticos ou contas bancárias, vinculadas ou próprias, que vêm sendo muito utilizadas por esta geração.

A economista Aline Moreira alerta jovens e adolescentes sobre os perigos existentes no consumo não consciente.

“Tomar cuidado com o consumo, pois os jovens são muito influenciados pela mídia e convívio social, o ideal é os pais ajudarem eles a se conhecerem para saberem seus objetivos, sonhos e prioridades”, afirmou ela.

Ela explica que é necessário ensinar sobre organização financeira, para que os adolescentes já comecem a fazer anotações de entrada e saídas dos valores que recebem, principalmente a mesada.

“Ensinar a importância de poupar para conseguir conquistar seus objetivos e para situações de imprevistos que podem surgir no mês”, orientou a economista.

Isso porque toda essa liberdade e disponibilidade pode também gerar ansiedade e dúvidas. Por isso, escolas e cursos têm intensificado sua oferta de programas de educação financeira para este público.

No caso do Governo Federal, o MEC (Ministério da Educação) possui um programa chamado “Educação Financeira nas Escolas”, ação que faz parte da Enef (Estratégia Nacional de Educação). 

Lançado nos idos anos 2010, o objetivo é auxiliar os estudantes do Ensino Médio e do Ensino Fundamental a entenderem a melhor forma de poupar e administrar o dinheiro, bem como dicas sobre sistema tributário, previdência e economia.

Além de aulas, palestras e semanas temáticas, o Governo passou a disponibilizar livros didáticos gratuitos, acessíveis pela internet, com materiais informativos sobre educação financeira.

Em Mato Grosso do Sul, segundo matéria publicada no site da SED (Secretaria de Estado de Educação), o Estado possui 235 escolas que desenvolvem atividades do programa Aprender Valor, que se utiliza de sequências didáticas com metodologias diferenciadas.

Por meio deste programa, os estudantes são motivados a Planejar, Poupar e discutir sobre o Uso Consciente do Crédito nas aulas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências Humanas. O índice é de 75% das escolas que ofertam turmas de ensino fundamental, presente em quase todos municípios do estado.

Conselhos de Educação Financeira para adolescentes

A reportagem do Jornal Midiamax preparou uma série de conselhos de educação financeira para adolescentes, baseado em materiais didáticos sobre o tema:

  1. Compreenda suas finanças:
    • Saiba o quanto você ganha e gasta. Mantenha um registro de suas receitas e despesas.
    • Acompanhe seus gastos para entender onde seu dinheiro está indo.
  2. Estabeleça metas e objetivos:
    • Defina metas financeiras realistas. Isso pode incluir economizar para comprar algo específico ou criar uma reserva de emergência.
    • Ter objetivos claros ajuda a manter o foco e a disciplina financeira.
  3. Crie uma reserva de emergência:
    • Reserve uma parte do seu dinheiro para situações inesperadas, como despesas médicas ou reparos em casa.
    • Ter uma reserva de emergência proporciona tranquilidade e evita dívidas desnecessárias.
  4. Pague contas em dia:
    • Priorize o pagamento de contas, evitando atrasos e juros.
    • Organize-se para quitar suas dívidas e evitar acúmulos.
  5. Aprenda sobre dinheiro:
    • Leia livros, blogs ou participe de cursos sobre educação financeira.
    • Quanto mais você aprender, melhor será sua capacidade de tomar decisões informadas.
  6. Evite compras impulsivas:
    • Pense antes de gastar. Avalie se você realmente precisa do item ou se é apenas um desejo momentâneo.
    • Evite compras por impulso e foque nas suas metas financeiras.