Na primeira reunião de 2024, o Comitê de Política Monetária () do Banco Central seguiu o plano de voo e reduziu pela quinta vez seguida a taxa básica de juros () em 0,50 ponto porcentual, de 11,75% para 11,25% ao ano, em decisão unânime.

Conforme a sinalização dada no encontro anterior, em dezembro, a queda da Selic nesse ritmo já era amplamente esperada. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), 63 das 64 instituições financeiras consultadas acreditavam que o Copom iria decidir por mais um corte de 0,50 ponto, para 11,25% ao ano.

A expectativa de inflação do Boletim Focus deste ano variou para baixo entre os dois encontros do Comitê, mas as estimativas de prazos mais longos seguiram desancoradas. A mediana para a inflação de 2024 passou de 3,93% no último Copom, em meados de dezembro, para 3,81% na última divulgação, ontem. Já para 2025 e 2026, as estimativas ficaram estacionadas em 3,50%, também acima da meta contínua de 3,00%.

Juro real

Mesmo com a nova baixa, o País segue em segundo lugar no ranking mundial dos juros reais (descontada a inflação à frente). Segundo levantamento do site MoneyYou com 40 economias, o Brasil passa a ter uma taxa de juros real de 5,95% e continua apenas atrás do México (6,49%). Em terceiro, aparece a (4,81%)

A média das 40 economias pesquisadas é de 0,69%. Até o Copom de dezembro, o juro neutro brasileiro, que não estimula nem contrai a economia – e, consequentemente, não acelera nem alivia a inflação brasileira – era estimado pelo BC em 4,5%, embora o mercado já considerasse uma taxa maior, de 5,0%.