Dados da pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) divulgados nesta segunda-feira (16) mostram que 15% dos bares e restaurantes de operavam no vermelho, em agosto – mês de referência do estudo.

Conforme os empresários, o principal motivo para tal cenário foi a queda nas vendas. O problema foi apontado por 65% dos que responderam em MS. Além disso, 53% disseram que a redução no número de clientes é o motivo para o resultado negativo.

Entretanto, 60% apontaram as dívidas com impostos e taxas, enquanto outros 60% apontaram as dívidas com empréstimos como responsáveis pelo resultado ruim. Já para 40%, o custo com alimentos e bebidas é o principal fator para operarem no vermelho.

Outros motivos

Por fim, alguns empresários também apontaram outros motivos para a situação: eventos climáticos que reduziram o fluxo de clientes (13%), custos relacionados à localização, como aluguel, conservação, reformas e etc. (20%), custo da energia (20%) e custo com pessoal (47%).

De acordo com a Abrasel, durante a pesquisa era possível apontar mais de um motivo para o resultado negativo e, por isso, os índices superam os 100%.

Entretanto, o índice em MS ainda é bem menor do que o mostrado nacionalmente. Segundo o estudo, 24% do total das empresas pesquisadas relataram operar sem lucro, um aumento de 5% em relação à última pesquisa, realizada em julho.

A pesquisa revela ainda que 35% das empresas do setor em MS permanecem em equilíbrio financeiro, frente a 34% em nível nacional, enquanto 48% obtiveram lucro aqui no Estado, e 41% no restante do país.

Benefícios para bares e restaurantes em MS

O presidente da Abrasel MS, João Francisco Denardi, vê esse percentual abaixo dos outros mercados como um bom marcador e que pode ser reflexo de alguns benefícios que o setor possui no Estado.

“Nosso setor vem lutando para conseguir superar os desafios. Aqui no Estado temos o apoio do governo estadual com isenção do ST e também do para quem é Simples e redução de 7% para 2% do ICMS para quem não é Simples, o que nos dá fôlego, mas é importante frisar que a cada dia temos que enfrentar novos desafios e que não estamos totalmente recuperados das perdas”, opina.

Denardi ainda lembrou que em MS há um investimento na melhora da gestão dos negócios, por meio da parceria com o Sebrae. “Os empresários estão se qualificando, se aperfeiçoando, para profissionalizar a gestão dos seus negócios”, diz.

Recorte nacional

Os dados foram coletados entre 28 de setembro e 6 de outubro e baseados nas respostas de 1.979 empreendedores do setor de bares e restaurantes.

Eles apontam para alguns dados importantes: entre as empresas que se encontram em uma situação de prejuízo, destacam-se os MEIs, com 34%, e as microempresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 1 milhão anuais, com 33%.

Já entre as empresas maiores, com faturamento maior que R$ 4,8 milhões ao ano, apenas 8% disseram ter operado no vermelho.

Uma análise mais detalhada revela que as empresas mais jovens enfrentam um cenário particularmente desafiador. Das empresas com menos de um ano de atividade, 37% relataram prejuízo em agosto. Entre aquelas que têm entre 1 e 3 anos de existência, 33% operaram no vermelho. Por outro lado, as empresas com mais de dez anos de atividade demonstraram uma situação relativamente melhor, com 18% delas apontando prejuízo.

Essas estatísticas refletem as adversidades enfrentadas pelo setor de bares e restaurantes, que busca se recuperar de impactos significativos resultantes da pandemia da covid-19.