Pular para o conteúdo
Economia

Dólar fecha no maior nível desde 5 de janeiro com crise do Credit Suisse

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira, 15, em alta de 0,70%, cotado a R$ 5,2943 – o maior valor de fechamento desde 5 de janeiro (R$ 5,3523). Nos momentos de maior estresse, no início dos negócios, a divisa ultrapassou o teto de R$ 5,32 e registrou máxima a R$ 5,3288 (+1,36%). Na semana, o … Continued
Agência Estado -
Dólar
Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução, Agência Brasil)

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira, 15, em alta de 0,70%, cotado a R$ 5,2943 – o maior valor de fechamento desde 5 de janeiro (R$ 5,3523). Nos momentos de maior estresse, no início dos negócios, a divisa ultrapassou o teto de R$ 5,32 e registrou máxima a R$ 5,3288 (+1,36%). Na semana, o dólar acumula alta de 1,65% ante o real, que sofre menos, contudo, que seus pares principais entre emergentes.

O escorregão do real se deu em meio a uma onda de aversão ao risco mundo afora que levou investidores a buscar refúgio na moeda americana. Após a trégua de ontem, no rescaldo das medidas de autoridades dos EUA para amenizar os efeitos da quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, notícias de problemas de liquidez do Credit Suisse reavivaram os temores de recessão global, na esteira de uma possível espiral de deterioração no sistema financeiro. O Saudi National Bank (SNB), principal acionista do banco suíço, descartou a hipótese de oferecer mais assistência financeira à instituição.

Especula-se que o Europeu (BCE) não cumpra amanhã a sinalização de alta de juros em 50 pontos-base. Ao longo da tarde, voltaram a ser majoritárias pontualmente, segundo ferramenta da CME, as chances de que o Federal Reserve opte por manter a taxa básica inalterada neste mês, em vez de promover nova elevação de 25 pontos-base – o que teria amenizado as perdas das bolsa em Nova York à tarde e esfriado um pouco a corrida ao dólar. Além disso, o Banco Nacional da Suíça (SNB) informou que pode, caso necessário, fornecer liquidez ao Credit Suisse.

“O momento é de muita incerteza. Podem ser casos específicos, mas existe o risco de efeito em cadeia e sistêmico no setor financeiro que gere problemas maiores para a economia global. Os mercados começam a precificar um cenário recessivo, com commodities e juros para baixo”, afirma o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel.

Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY chegou a romper pontualmente o teto de 105,000 pontos, com máxima aos 105,103 pontos. Quando o mercado local fechou, era negociado ao redor dos 104,600 pontos. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities recuaram em bloco. As cotações do petróleo mergulharam, com o tipo Brent para maio fechando em baixa de 4,85%, a US$ 73,69 o barril.

O real, que costuma apanhar mais em episódios de aversão ao risco, desta vez teve perdas bem inferiores a de seus pares, como peso chileno, mexicano e rand sul-africano. Taxas de juros reais domésticas mais elevadas e a expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal podem ajudar a explicar o desempenho relativo melhor da moeda brasileira nesta semana. Há também fatores técnicos, uma vez que o real teve um histórico pior que seus pares nos últimos anos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no início da tarde que o texto da regra fiscal já está no Palácio do Planalto. Por volta das 15h45, o presidente Luiz Inácio da Silva afirmou que já teve uma conversa rápida com Haddad sobre o tema, mas que ainda vai se reunir com o ministro, provavelmente amanhã, para discutir a proposta.

Para Sichel, do Modal, a possível redução do risco fiscal e a manutenção de juro real doméstico ainda elevado, mesmo com eventual corte da taxa já neste primeiro semestre, podem jogar a favor da moeda brasileira. De outro lado, a desvalorização das commodities e o ambiente de aversão ao risco tendem a impulsionar o dólar frente a emergentes e, por tabela, no mercado local.

“Neste momento inicial, o real deve sofrer de alguma forma com o ‘fly to quality’ e as commodities se desvalorizando, apesar do ‘carrego’ positivo. Mas pode se beneficiar depois com menor risco fiscal e alívio das condições financeiras”, diz Sichel, para quem o Federal Reserve tende a seguir, na sua decisão no próximo dia 22, a precificação do mercado para a taxa de juros (manutenção ou alta de 25 pontos-base).

“O Fed vai tentar evitar ser mais um fator gerador de volatilidade. No caso do Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) fica muito dependente do novo arcabouço fiscal, que ainda é desconhecido”, afirma o economista, em referência ao encontro do colegiado do BC também no dia 22. Ventila-se no mercado a possibilidade de que o Copom possa fazer um aceno, no comunicado de sua decisão, sobre eventual redução da taxa Selic mais à frente.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Maisa Silva se pronuncia após piada polêmica do Fantástico: ‘Infelizmente…’

Cadê a Nutella? Família procura gata desaparecida no bairro Tiradentes

Prefeitura de Porto Murtinho licita atendimento a pacientes psiquiátricos e dependentes químicos (PMPP, Divulgação)

Promotoria fiscaliza transporte de pacientes em hemodiálise após reunião com prefeito

Maratonista mais velho do mundo morre aos 114 anos após ser atropelado por carro

Notícias mais lidas agora

Grávida de 6 meses foi queimada viva e corpo encontrado em casa abandonada

lei da reciprocidade

Relatada por Tereza Cristina, Lei da Reciprocidade é publicada em resposta ao ‘tarifaço’ de Trump

Sem ajuda, adolescente teria agonizado até a morte em clínica para dependentes de MS

Mega-Sena

Fez sua ‘fezinha’? Mega-Sena sorteia R$ 46 milhões nesta terça-feira

Últimas Notícias

Esportes

Por que Richard Ríos se tornou o jogador do Palmeiras mais desejado pela Europa? Entenda

Colombiano se destacou na Copa do Mundo de Clubes e não deve continuar no alviverde

Cotidiano

BR-163 tem 11 trechos interditados nesta terça-feira em MS; confira

Além das interdições, 27 trechos da BR-163 operam em sistema "Pare e Siga"

Cotidiano

Quer aprender guarani? UFGD oferece vagas de idiomas em Dourados

Universidade também disponibiliza inscrições para inglês e espanhol

Polícia

‘Você vai matar?’: Após atirar em rapaz que cantou música de corno, homem apontou arma para esposa

Rapaz foi ferido com um tiro no abdômen