As mudanças no parcelamento no cartão de crédito podem não acontecer, diz Abrasel

Dados do Banco Central mostram que não há correlação entre inadimplência e parcelamento sem juros

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Uso do cartão de crédito pode levar consumidor a cair em juros do rotativo

Para o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, há a possibilidade de o Banco Central descartar a ideia de alterar o parcelamento sem juros. Durante uma reunião em Brasília no último dia 7, diversas associações, incluindo a Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos) e a Abranet (Associação Brasileira de Internet), utilizaram dados do Banco Central para argumentar que não há correlação entre inadimplência e parcelamento sem juros.

Em entrevista ao UOL, Solmucci, presente na reunião, afirmou que os dados apresentados contrariavam a ideia proposta. O estudo da Abipag indicou que o índice de inadimplência é maior entre os consumidores que optam por pagar a compra em uma única vez no cartão de crédito. Embora o Banco Central não tenha endossado essa informação, teria indicado que os estudos e simulações em andamento na instituição “vão na mesma direção”, conforme relatou Solmucci.

Reunião

A reunião foi considerada crucial, pois praticamente exclui a possibilidade de alterar o parcelamento sem juros como solução. Segundo Solmucci, a segunda apresentação da Febraban não trouxe mudanças significativas.

A Febraban argumenta que é necessário reduzir o número de parcelas para 6 ou 4, mas não apresentou estudos que respaldassem essa proposta. A Abrasel considera que os estudos apresentados afastam a ideia de modificar o parcelamento sem juros como uma solução viável, apesar da insistência contrária.

Associação alega que a proposta dos bancos, em análise pelo Banco Central, é uma tentativa de descaracterizar e enfraquecer o parcelamento sem juros. Em comunicado publicado em seu site, a entidade reitera sua oposição à regulamentação do parcelamento.

Abrasel destaca diversos motivos para manter essa modalidade de crédito, incluindo o estímulo à economia, concorrência, inovação, incentivo ao comércio e serviços, e como uma opção para situações emergenciais. A associação argumenta que as mudanças propostas prejudicariam consumidores e comerciantes, resultando em aumentos nos custos de compras e dificuldades no acesso a bens e serviços.

A entidade também enfatiza a falta de relação entre o parcelamento sem juros e a inadimplência, alinhando-se a outras organizações que defendem a inexistência de evidências que comprovem o impacto negativo do parcelamento sem juros na inadimplência no Brasil. Abrasel afirma que a inadimplência é principalmente causada pela falta de critérios na concessão de crédito por parte dos bancos.

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