Palavras como criptomoeda e blockchain estão cada vez mais sendo usadas em todo o mundo, sempre ligadas à inovação e tecnologia. Quando o Banco Central anunciou, em novembro de 2021, o desenvolvimento do Real Digital, esses termos logo foram associados à novidade. Mas é importante definir as diferenças do que se esperar desse projeto do Bacen, como os especialistas mais atentos já perceberam.

“O Real Digital não pode ser considerado uma criptomoeda por diversos fatores, ainda que utilize tecnologias de segurança típicas desse formato”, explica Rafael Serradura, diretor comercial do Grupo InterAg, empresa especializada no mercado de criptoativos. A novidade será um CBDC (Central Bank Digital Currency), uma Moeda Digital Emitida por Banco Central. As movimentações com Real Digital seguem na esteira da digitalização de transações financeiras. O Pix causou grandes mudanças no comportamento do brasileiro, tendo sido facilmente adotado pela população. Mas o Real Digital seria diferente ao permitir movimentação de valores existentes apenas no meio virtual.

“Enquanto Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas são descentralizadas, um CBDC é emitido por uma instituição financeira. Assim, o Real Digital seria na verdade uma versão virtual do dinheiro físico. O que traz diversas vantagens, desde economia na manufatura de cédulas e moedas até transações facilitadas por meios digitais”, detalha Serradura. O CBDC perde as características similares a um ativo financeiro, típicas das criptomoedas, porém tem ganhos significativos, especialmente para a economia nacional. O Real Digital terá mesmo valor do Real tradicional.

Segurança

Um fator relevante da adoção do Real Digital é o uso do Blockchain, que traz a segurança necessária para digitalizar o mercado. “É uma tecnologia que nasceu com as criptomoedas e acompanhou a evolução do mercado”, explica o especialista. “São blocos de informações criptografadas e inseridas no bloco anterior, formando uma cadeia de ligações que não podem ser alteradas depois de processadas”, detalha. “Com dados já publicados, não se pode alterá-los, gerando autenticidade a todo o processo. O primeiro bloco é chamado Gênesis, preenchido com os tokens (informações) e depois distribuído com cópia para outros blocos. Assim, os dados ficam descentralizados e podem ser verificados por várias fontes confiáveis, interligadas”, completa Serradura.

Para utilizar o Real Digital, o usuário vai precisar de uma carteira digital. Como o nome indica, é uma versão virtual que armazena cartões e dinheiro de forma eletrônica. Com ela, pode-se fazer compras com o celular e até smartwatch. Apesar da facilidade no pagamento — por aproximação ou liberação de QR Code — a moeda digital terá várias etapas de segurança, com senhas e configurações como a autorização de compras apenas quando o celular estiver desbloqueado.

Para quem tem interesse em acompanhar fluxos de lançamentos e prospectos de países inserindo-se no criptomercado, o site  www.cbdctracker.org traz atualizações, em tempo real, a atualização dos projetos de  CBDCs nos principais países do planeta.

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