Pecuaristas de MS têm nova modalidade de leilão para compra de milho como ração

Pecuaristas vão ter a possibilidade de comprar o milho por um sistema de comercial8zação eletrônica, pela modalidade de Contrato a Termo

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Pecuaristas
Pecuaristas também alimentam gado com sorgo, pastagem e cana-de-açúcar, mas o milho é a melhir opção. Foto: Sistema Famasul

Pecuaristas de Mato Grosso do Sul e de todo o Brasil agora têm uma nova modalidade para a compra a de milho como ração. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) lançou, nesta quarta-feira (26), uma nova possibilidade de apoio ao abastecimento do setor, via sistema de comercialização eletrônica, no “Leilão Pra Você”, pela modalidade de Contrato a Termo.

De acordo com Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, esse modelo garante aos pecuaristas, que são os maiores prejudicados com a volatilidade no mercado de milho, a construção de uma estratégia sólida para garantir o abastecimento regular no futuro, mesmo nos períodos de entressafra ou de quebra da produção. “Isso porque o Contrato a Termo permite a compra futura de milho, em um processo totalmente privado, com o apoio operacional e técnico da Conab”, acrescentou Thomé Guth.

A modalidade Contrato a Termo permite, ainda, a garantia de um preço fixo na compra com entrega futura e assegura a fixação de preços de acordo com termos pré-definidos em edital. Entre as vantagens, além da garantia de abastecimento, o Contrato a Termo pode ser feito sob medida ou padronizado, possui baixo custo operacional e a Conab ainda pode ofertar as unidades graneleiras como entreposto, caso haja necessidade. Há também a diminuição do risco de negativa na tomada de crédito, ou seja, a credibilidade da Conab pode favorecer a segurança e transparência nas negociações.

Com este novo tipo de serviço, o objetivo da Conab é garantir o abastecimento, bem como estimular o processo de compra com entrega futura pelo setor de carnes (principalmente produtores independentes), garantindo maior igualdade de condições com as tradings e o setor de etanol, que competem pelo grão. “O aviso de leilão, por si só, já diminui a possibilidade de descumprimento do contrato, visto o risco de negativação de qualquer uma das partes, mas podem ser exigidas outras garantias, por solicitação do demandante no momento de elaboração do aviso. Há também total transparência na formação dos preços, tanto de abertura quanto de fechamento dos leilões”, ressalta Guth.

O Contrato a Termo entra como uma alternativa de médio e longo prazo extremamente positiva, sem onerar o governo nem demandar nova legislação, e com a possibilidade de garantir a segurança tanto dos pecuaristas em relação ao abastecimento quanto dos produtores de milho, na comercialização de sua colheita. Outro ponto positivo é que o Contrato a Termo pode ser solicitado em qualquer tempo, por produtores e pecuaristas, diretamente nas unidades da Conab em todo o país, independentemente do valor que o produto esteja sendo praticado pelo mercado. Isto porque trata-se de uma operação entre dois entes privados, utilizando a plataforma eletrônica da Conab como meio de negociação.

Nos últimos três anos, mesmo ignorando o conflito entre Rússia e Ucrânia, as cotações de milho e farelo de soja estão acima da média histórica. Isso aumenta a necessidade de uma gestão de riscos tanto por parte do produtor quanto do criador, principalmente porque  aumenta o grau de incertezas. Há uma concentração da produção de milho na 2ª safra, com um peso maior no Centro-Oeste, aumentando o volume de produção em período de maior risco climático, na qual uma quebra de safra impacta no abastecimento e preços internos, e a alternativa de importação pode ter um custo muito elevado. Com isso, o impacto tende a ser maior para os produtores independentes, que ainda enfrentam um forte risco de desabastecimento em caso de significativa redução na produção.

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