Na listinha de compras, o óleo de cozinha agora fica de escanteio. Com valores acima de R$ 10 nas prateleiras de supermercados, em Campo Grande, a banha de porco se tornou a melhor ou até mesmo a única opção.

O Jornal Midiamax visitou estabelecimentos comerciais para conversar com clientes e todos, sem exceção, argumentaram que já estão usando somente a banha para cozinhar ou então mesclando, alguns dias da semana, para economizar o óleo de cozinha. 

“Não é só o óleo que está caro no mercado. Tudo está caro, na verdade. Agora eu estou usando só a banha de porco, mesmo, por conta do preço do óleo. A gente reclama para ver se as coisas vão um dia melhorar”, disse a dona de casa Viviane Franco, de 33 anos. 

Dona de casa alega que não é só o óleo que está caro no mercado. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax

A educadora infantil aposentada, Neurolina Oliveira, de 75 anos, fala que também está usando a banha de porco por conta do aumento do óleo e “por saúde”, já que avalia ser mais saudável por conta dos nutrientes.

Da mesma forma, Alcindo Melo, de 64 anos, diz que usa a banha, apesar de fazer um revezamento com o óleo por conta do reajuste no preço. “Eu continuo ainda achando caro, ainda mais que vivo somente da minha aposentadoria”, lamentou.

Clientes falam que aumento do óleo está pesando no bolso. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax

O auxiliar de serviços gerais, Francisco Aparecido, de 54 anos, argumentou que alterna a compra do óleo com banha de porco. “Eu ainda compro por conta da praticidade”. Silvio de Souza, de 52 anos, concorda com ele. “A banha de porco está sendo a alternativa, já que está tudo caro e eu não tenho mais condições”, finalizou.

Óleo de soja na casa dos R$ 10

Nesta segunda-feira (2), o óleo de cozinha estava em torno de R$ 10 em supermercados do Jardim Itamaracá, a mesma média de preço aplicado em outras regiões da cidade. Na região, comerciantes disseram que estão vendendo por R$ 20 o quilo da banha de porco também.

Além da compra para cozinha, comerciantes também usam o produto para fazer salgados como pastéis e coxinhas, além de doces como churros. Dessa forma, eles também sentiram o impacto do aumento e falam que ficou inevitável não repassar o reajuste ao cliente. 

Na análise da cesta básica de alimentos, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o óleo de cozinha foi um dos itens que mais teve reajuste em 2021, saindo da casa dos R$ 6 para cerca de R$ 10, na capital sul-mato-grossense. 

Aposentado fala que buscou alternativas, mas ainda compra óleo por conta da praticidade. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax