A fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, em , está fechada há quatro dias devido a protestos no país vizinho. Cerca de 600 caminhões estão parados no trecho até Santa Cruz, aguardando o fim das manifestações para seguir viagem.

A fronteira seca é a única rota de exportação dos produtos do Estado para a Bolívia. Então, entre janeiro e setembro de 2022, passaram por Corumbá 80 produtos, sendo 69 para exportação e 11 vindos de importação.

Corumbá é o 4° principal município exportador de Mato Grosso do Sul, segundo dados da compilados pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Entre janeiro e setembro, o município foi responsável pela exportação de itens que somaram 241 milhões de dólares, representando 5,46% de todos os produtos do Estado enviados a outros países. Na comparação com o mesmo período de 2021, as exportações pelo município aumentaram 40% em termos de faturamento.

Exportações por Corumbá

Dos 69 produtos exportados por Corumbá em nove meses de 2022, os principais são ferro e aço, que representam 45,7% de tudo que passou pela fronteira no período. Assim, minérios são o segundo produto com 44,8% da participação.

A partir do terceiro produto, a participação na pauta de exportações é pequena, mas curiosa. Pois entre os 67 itens há carnes de peixes, calçados, ferramentas de metais, couro, açúcar, alumínio, vestuário, frutas, borracha, brinquedos, algodão e até chapéus.

Todos esses produtos são exportados de Mato Grosso do Sul rumo a outros países. Entre janeiro e setembro, as exportações por Corumbá somaram 241,5 milhões de dólares, ainda conforme os dados compilados pela Semagro.

Importação de gás passa por Corumbá

O principal produto importado por Mato Grosso do Sul é o boliviano. Entre janeiro e setembro, o produto representou 41,45% da pauta de importações de 2022, acima dos valores verificados no mesmo período de 2021, em 36,43%.

Além do gás, entram em Mato Grosso do Sul via Corumbá outros 10 produtos. Entre eles, madeira, fertilizantes, reatores nucleares e outros, minérios, borrachas, sal, cal ou cimento. Além de instrumentos cirúrgicos, resíduos alimentares para animais, aparelhos elétricos e plástico.

Impacto da fronteira fechada

De acordo com o Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), cerca de 300 caminhões passam diariamente pela fronteira do Estado com a Bolívia. Com os protestos e consequente fechamento da fronteira, a estimativa é de que 600 caminhões estão parados e aguardando liberação.

O presidente do Setlog Pantanal, Lourival Vieira Costa Júnior, explica que o fechamento da fronteira impacta diretamente toda a cadeia produtiva, até chegar ao consumidor.

“São pelo menos seis setores impactados, entre eles o transporte, o despachante, o distribuidor, o receptor e claro, o consumidor”, afirma.

Quais são as causas dos protestos na Bolívia?

Lideranças do Paro Cívico pedem para que o Censo Demográfico seja iniciado o mais rápido possível. O último levantamento foi feito em 2012. O Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos são os mais prejudicados na distribuição de recursos públicos e representatividade política.

Os conflitos fazem parte de atos classificados como “medidas extremas” para pressionar o governo de Luis Arce a realizar o Censo Demográfico em 2023 e não em 2024.

O Censo disponibilizará novos dados populacionais “em tempo hábil”, sendo possível novo pacto fiscal antes do próximo período eleitoral.