Pular para o conteúdo
Economia

Ajuste pós-feriado, commodities e tensão política local levam dólar a R$ 5,14

Uma conjuntura de fatores externos ruins para moedas emergentes e um ambiente doméstico politicamente tenso deram o tom dos ativos nesta sexta-feira, 17. Fortalecida lá fora, a moeda americana escalou 2,35% sobre o real, a R$ 5,1443, consolidando uma sequência de resultados ruins para a divisa brasileira: uma alta de 3,12% na semana e de … Continued
Agência Brasil -
Com uma perspectiva de aperto monetário duro nos Estados Unidos e sinais da China que esfriaram as commodities (Foto: Agência Brasil)

Uma conjuntura de fatores externos ruins para moedas emergentes e um ambiente doméstico politicamente tenso deram o tom dos ativos nesta sexta-feira, 17. Fortalecida lá fora, a moeda americana escalou 2,35% sobre o real, a R$ 5,1443, consolidando uma sequência de resultados ruins para a divisa brasileira: uma alta de 3,12% na semana e de 8,24% no mês.

Com uma perspectiva de aperto monetário duro nos e sinais da China que esfriaram as commodities, o dia foi de fortalecido globalmente, tanto ante emergentes quanto frente a moedas fortes. Tanto que o índice DXY – que mede o ímpeto do dólar ante seus pares – trabalhava hoje acima dos 104,000 pontos. Aqui, o impacto foi sentido com mais força sobre o real em ajuste aos movimentos de ontem do mercado – feriado no Brasil – e também pelo clima de tensão política interno criado após o anúncio de reajuste nos combustíveis pela Petrobras, à revelia do .

“Hoje os fatores externos estão pegando mais no câmbio. Começou que, ontem, como não teve mercado no Brasil, acabou não precificando a subida do dólar proveniente da alta de juros nos Estados Unidos. Hoje, somamos dois dias ruins num dia só”, aponta o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) endureceu o tom e subiu a taxa de juros em 75 pontos-base, num ritmo não visto em décadas. De lá pra cá, recados do presidente da instituição e de diretores fizeram crescer as apostas de que o aperto deve seguir agressivo.

Velloni observa que as moedas ligadas às exportações de commodities perderam com ímpeto extra hoje, após incertezas sobre a produção industrial chinesa. Com o preço do aço caindo, as usinas tentam cortar a produção para ajustar a oferta em relação à demanda, que está fraca, e geram preocupação extra aos exportadores de matéria-prima, como o Brasil. Hoje, o minério de ferro negociado no porto de Qingdao fechou em queda superior a 5%, no menor nível desde dezembro de 2021. Dia ruim também para o petróleo, com o barril do Brent em queda em torno de 6%.

Assim, uma aposta no ciclo aquecido de commodities que vinha descolando a moeda brasileira das tensões externas nos últimos meses, perdeu ímpeto com força nos últimos dias. “O Brasil deixa de ser a ‘carruagem’ das commodities e vira ‘abóbora'”, completa Velloni.

O azedume externo não foi ajudado pelo cenário doméstico. O anúncio de reajuste nos combustíveis pela Petrobras, acompanhando a política de paridade com os preços internacionais, botou mais lenha na fogueira política em torno do assunto. O assunto suscitou reações fortes do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com pressões adicionais para que o já demitido presidente da estatal, José Mauro Coelho, deixe o cargo de fato. A ideia do Palácio do Planalto é emplacar Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Paulo Guedes, no comando da empresa na semana que vem.

O ruído político a meses da eleição adiciona incerteza ao cenário interno, tanto em relação a uma interferência mais contundente na estatal, quanto de medidas com fins políticos que afetem as contas públicas negativamente.

Contando os fatores externos e internos negativos para os papéis brasileiros, o dia foi de saída massiva da Bolsa brasileira, o que também ajuda a explicar a perda do real.

“A Bolsa está tendo realização grande, dando sinal de que fluxo de curto prazo é de saída. Isso pressiona a taxa de câmbio e deixa o real em nível mais depreciado, o que é normal de se esperar, considerando o comportamento do dólar lá fora. A gente teve alguns ruídos políticos, decisão da Petrobras sobre reajuste de combustíveis e a reação do governo gera sempre uma incerteza, o que coloca um prêmio na taxa de câmbio”, aponta Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
aplicativo fies estudantes

MS é o 5° estado com menos vagas no Fies do segundo semestre

Deputados votam Refis do TCE e outros 5 projetos na penúltima sessão antes do recesso

Briga por drogas acaba com homem esfaqueado várias vezes na cabeça e tórax em MS

Otan sugere que Brasil, China e Índia pressionem Rússia para evitar tarifas

Notícias mais lidas agora

carne três lagoas

Mato Grosso do Sul suspende abate de bovinos para os EUA após Trump anunciar taxação

Senado Federal aprova proposta de Nelsinho Trad contra ‘tarifaço’ de 50% de Trump

Sem ajuda, adolescente teria agonizado até a morte em clínica para dependentes de MS

Campo Grande está pronta para receber um novo jeito de morar com a chegada do Soul Corpal Living Resort

Últimas Notícias

Política

‘Prejuízos econômicos imediatos’: Famasul vê com preocupação suspensão de exportações da carne aos EUA

Frigoríficos de Mato Grosso do Sul decidiram interromper exportações após taxação de 50% aos produtos brasileiros

Trânsito

Dois motociclistas ficam feridos após acidente na Avenida Tamandaré, em Campo Grande

Vítimas tiveram ferimentos leves

Transparência

Promotor manda Papy encerrar contrato de escritório de filha de desembargador investigado

Presidente da Câmara Municipal firmou contrato de R$ 300 mil com escritório, apesar de a Casa ter procuradores no quadro de servidores

Emprego e Concurso

Está na lista? Prefeitura de Campo Grande convoca aprovados em seleção de estágio

As vagas são destinadas a estudantes de graduação