Muitos consideram urgente a necessidade de aprovar uma reforma tributária no Brasil, mas parte dos parlamentares no Congresso Nacional considera que isso não é uma desculpa para mudanças somente pontuais. Para especialistas, uma reforma ampla seria mais apropriada e, sem ela, o Brasil ficará prejudicado nas relações comerciais exteriores. Além disso, Mato Grosso do Sul pode ser afetado, principalmente com relação ao PIB (Produto Interno Bruto) Industrial. 

As informações são de reportagem do Brasil 61. Em entrevista ao portal, o advogado tributarista, João Ricardo Dias, explicou que o Brasil está com um modelo tributário atrasado em relação a outros países parceiros comerciais. Para o especialista, a separação de impostos federais, estaduais e municipais atrapalha negociações com o mercado externo. 

“Nós segregamos a nossa tributação de consumo em vários impostos, com os que incidem sobre mercadorias e os que incidem sobre serviços. Só que, em outros países que utilizam o modelo IVA, essa segregação não existe para alguns há mais de 40 anos. Isso demonstra o quanto estamos atrasados e praticamente ficamos sem companheiros”, pontua.

Para especialistas, o sistema tributário brasileiro dificulta a competitividade. Para o diretor de Assuntos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, Juracy Soares, o atual modelo contribui para o baixo crescimento econômico. “Para milhares de empresas, os elevados custos de conformidade afastam investimentos produtivos e minam as atividades dessas corporações no mercado nacional e global”, destaca. 

Ainda segundo o Brasil 61, a falta de uma reforma tributária poderá resultar em perda da posição da indústria no PIB nacional. Mato Grosso do Sul pode ser afetado, já que possui um PIB industrial de R$ 21,4 bilhões, equivalente a 1,6% da indústria brasileira. Só no primeiro semestre de 2021, MS arrecadou R$ 7,87 bilhões de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), segundo apurou a reportagem do portal. Os números são do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).

(com informações do Brasil 61)