Com a expectativa da instalação de uma nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul tem madeira ‘de sobra’ para atender às novas demandas. A afirmação é do gerente de consultoria em Energia e Agroindústria da Pöyry no Brasil, Dominique Duly, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Conforme a avaliação, MS conta com oferta superior a 40 milhões de metros cúbicos, mas só consome cerca de 20 milhões. Considerando-se as novas fábricas de celulose anunciadas ou planejadas – Paracel em Concepción, no Paraguai; Suzano em Ribas do Rio Pardo; expansão da Eldorado em Três Lagoas; e Euca Energy em Alto Araguaia (MT) -, a demanda adicional de madeira será de 26 milhões de metros cúbicos por ano.

“A oferta atual já seria suficiente para o novo consumo. E é preciso considerar que Paracel e Euca Energy vão usar madeira de Mato Grosso do Sul somente no início da operação”, afirmou Duly em entrevista ao Valor Econômico.

O secretário de desenvolvimento econômico de MS, Jaime Verruck, informou que MS é o segundo Estado no Brasil na produção de eucaliptos, com mais de 1,7 milhão de hectares plantados.

“A implantação da Suzano em Ribas do Rio Pardo vai transformar a região. A nossa quarta indústria de celulose, além de gerar milhares de empregos no período de obra e quando estiver concluída, é o modelo de empreendimento sustentável que estamos fomentando para o nosso Estado”, destacou.

Nova fábrica em MS

Nesta semana, a Suzano anunciou ao mercado a construção da nova indústria de celulose do grupo em Ribas do Rio Pardo, que receberá investimentos de R$ 14,7 e terá capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas do produto ao ano, com geração de 10 mil empregos diretos durante a construção da fábrica. Mas antes de confirmar o novo empreendimento, a Suzano se preparou e acelerou a compra de terras e madeira em Mato Grosso do Sul para abastecer o Projeto Cerrado, como foi batizada a fábrica de Ribas do Rio Pardo. Com isso, a companhia já garantiu 85% da madeira necessária para início de operação, prevista para acontecer no primeiro trimestre de 2024.