Se já não bastasse a carne vermelha com os preços nas alturas em Mato Grosso do Sul, o seu principal substituto proteico nas mesas das famílias, o ovo, registra altas e baixas recentes por conta do mercado volátil, que nem sempre o consumidor percebe no bolso. 

De acordo com a Camva (Cooperativa Agrícola Mista de Varzea Alegre), o principal ‘vilão’ para os produtores de ovos é a ração para as galinhas, que vem registrando aumentos constantes nos preços.

“O custo da ração dobrou. O milho que quando estava caro custava R$ 50, agora já passou de R$ 100”, disse o diretor-presidente da cooperativa, Reinaldo Issao, ao Jornal Midiamax.

Por exemplo, a tonelada da ração para as aves, era vendida há um ano por cerca de R$ 1.180, mas neste mês já chegou a custar R$ 2.030. É preciso levar em conta a cotação diária dos commodities (mercadoria).

Com o aumento na alimentação das aves produtoras, mais custa ao produtor para mantê-las. Como consequência, os empresários precisam repassar o valor do aumento para o preço do ovo, como qualquer negócio. “Dependendo da oferta e demanda a gente consegue repassar (para o consumidor), dependendo do caso não conseguimos”, contou Issao.

Porém, muitas vezes há um impedimento que faz com que esse valor não chegue até o consumidor, que é força da oferta e demanda.

“É uma gangorra. Tem muito mais oferta do que demanda. Existem grande produtores no Brasil. É como uma ‘bolsa do ovo’, tem muita oferta, o preço cai. O produtor é obrigado a acompanhar isso se não acaba ficando para trás”, explicou ele à reportagem. 

Alta de 14% 

O preço do ovo em abril registrou um aumento de 14%, porém, segundo Issao, já teve uma queda de mais que este percentual durante o decorrer de maio, por conta da volatidade do commoditie.

De acordo com ele, em abril uma caixa de ovo extra grande com 30 dúzias era comercializada a R$ 156. Neste mês, esta mesma quantia do mesmo ovo está saindo a R$ 130.

Apesar de ter registrado esta alta, o ovo ainda encontra-se como a melhor opção para substituir a carne vermelha nas refeições, que pode ter o quilo vendido a mais de R$ 20 em um corte não tão nobre. 

“[…] o ovo rende mais mais porções e tem mais opções de formas para comer; dá para substituir bem a carne mesmo quando fica um pouco mais cara”, comentou a estudante Maria Guimarães ao Jornal Midiamax