Entenda como o histórico das relações entre Trump e Bolsonaro impacta a economia brasileira
Basta analisar algumas declarações, medidas e mandatos para compreender que a insistência de uma relação baseada na confiança e contato direto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma cartada de alto risco.
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Basta analisar algumas declarações, medidas e mandatos para compreender que a insistência em manter uma relação baseada na confiança e contato direto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma cartada de alto risco.
A afirmação refere-se ao aspecto individualista do norte-americano, que, de acordo com a conjuntura traçada pelas políticas internacionais, facilmente se vira contra ou a favor dos parceiros.
Mesmo defendendo que a estreita relação pode garantir vantagens comerciais e benefícios aos brasileiros, recentemente, o presidente Jair Bolsonaro, que demonstra enorme afinidade ideológica com Trump, testemunhou a voracidade institucional do republicano.
No fim de 2019, por exemplo, contrário à retórica de amizade, o estadunidense implementou decisões em seu benefício que prejudicaram diretamente a economia brasileira. Mediante à alta desvalorização do real e do peso argentino, Trump efetivou a restauração das tarifas sobre as importações de alumínio e aço do Brasil e da Argentina.
Necessidade de desenvolver novos parceiros
Sob a perspectiva comercial, tratando-se de um país diverso, é indispensável que o governo brasileiro procure estabelecer relações com diversas outras nações, implicando em uma política de Estado com amplas alternativas e consequente consolidação — diferentemente de manter uma supervalorização de apenas um único parceiro.
Decerto, o funcionamento da política requer contatos e relações pessoais que, inclusive, podem auxiliar em momentos oportunos. Essa cooperação, entretanto, não deve ser uma força de ação exclusiva, e o Brasil necessita se integrar com o restante da comunidade global.
Novamente, se o afeto pela gestão norte-americana de Trump for colocado acima das oportunidades comerciais do Brasil, significativas perdas de parcerias podem ocorrer. A guerra mercantil entre Estados Unidos e China é um episódio que demonstra essa configuração, uma vez que o mercado nacional possui grande interesse nas importações de produtos chineses.
Postura frente às políticas ambientais
Um dos principais fatores contemporâneos que fortalece a integração comercial com outros países é a questão das políticas ambientais. Projetando até mesmo reflexos na economia, a preocupação com alterações climáticas, incêndios, utilização de agrotóxicos e adequações ambientais é um importante ponto examinado pelas nações antes de fecharem um acordo.
Temas dessa categoria, bem como o combate à pobreza, são também chamarizes para empreendimentos e investidores estrangeiros, capazes de ampliar o mercado interno.
Dessa maneira, a redução de impactos negativos ao meio ambiente tornou-se uma pauta de valor econômico, e a postura administrativa frente a essa temática passou a conduzir as negociações desse porte. As atitudes de Bolsonaro podem até condizer com as de Trump, contudo, é preciso agir de maneira racional, em adequação às normas e concepções da comunidade internacional.
Muito se fala, pouco se faz
Ao fim do primeiro ano concreto de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, alguns tímidos sinais de melhoria foram notados na economia, decorrentes de algumas medidas administrativas, como a reforma trabalhista e ajuste de contas, por exemplo, adotadas por Michel Temer.
O que a atual base governamental faz, mais do que atuar efetivamente, é direcionar ações, repassando as questões que não competem ao governo para pastas e setores articulados.
No entanto, é notável que as realizações não atingiram as expectativas dos eleitores, revelando-se, assim, uma característica de atraso — como bem elucida a sabedoria popular, “falou mais do que fez”.
As reformas, tanto da previdência quanto a tributária, necessárias para o alavanque econômico, demonstram o dificultoso desenrolar dos processos, fomentados por comentários e declarações supérfluos, descabíveis e responsáveis apenas por retardar resoluções urgentes para o país.
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