O dólar encerrou a sessão antes do feriado em queda de 0,50%, a R$ 3,9212, no segmento à vista, o menor valor desde o último dia 16. Operadores destacam que o câmbio nesta terça-feira, 30, acompanhou de perto, principalmente na parte da tarde, os movimentos do mercado externo, onde a moeda americana teve novo dia de queda, ante divisas fortes e de emergentes, com a crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) possa sinalizar ao final de sua reunião de política monetária nesta quarta (01) um possível corte dos juros. Em abril, o dólar acumulou valorização de 0,13% ante o real, o terceiro mês consecutivo de elevação, embora em menor ritmo que nos dois anteriores – alta de 2,58% em fevereiro e 4,33% em março. No ano, a moeda americana sobe 1,18%.

Pela manhã, fatores técnicos influenciaram o comportamento do dólar aqui, por conta da definição do referencial Ptax de abril. A Ptax desta terça vai ser usada para a liquidação do dólar futuro e ajustes dos contratos cambiais e de swap com vencimentos em meses subsequentes. Passada a disputa entre comprados (que apostam na alta do dólar) e vendidos (na queda), o dólar à vista engatou queda e renovou mínimas na parte da tarde, caindo a R$ 3,9137 na mínima do dia. Na máxima, ainda pela manhã, foi a R$ 3,9575.

O diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, destaca que, como o mercado estará fechado no Brasil nesta quarta por causa do feriado do , enquanto nos EUA estará aberto, as mesas de câmbio aqui anteciparam um pouco a possível sinalização de corte de juros pelo Fed. Por isso, o real foi a moeda que mais ganhou valor ante o dólar nesta terça no mercado financeiro internacional. Os recentes números da inflação americana mostraram fraqueza e reforçaram esta aposta, destaca ele.

Se o Fed sinalizar corte de juros, Cavalcante acredita que a moeda americana pode testar na quinta-feira patamares abaixo de R$ 3,90. Já se o BC americano não trouxer maiores novidades, o dólar continua na casa dos R$ 3,92, aguardando novidades sobre a reforma da Previdência. Nesta terça, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que foi definido um cronograma prévio do colegiado. A ideia é que a comissão realize 13 audiências públicas, que começaram a ser contadas a partir desta terça, e que o relatório seja apresentado no começo de junho. Já o governo procurou reforçar a possibilidade de o texto passar ainda neste semestre. “Estamos muito entusiasmados com perspectiva de ainda dentro do primeiro semestre ver o Brasil equilibrado, com a Nova Previdência aprovada”, disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Para o Fed, o economista do Deutsche Bank, Brett Ryan, destaca que cresceu no mercado a visão de que, pelo fato de a inflação estar abaixo da meta da instituição, cortes de juros “são iminentes”.