A em Campo Grande fechou o mês de junho com um índice de 1,17%. O valor é o maior da série histórica do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) para o mês de junho em 22 anos e foi influenciada pela .

O IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) aponta que o indicador é superior à taxa de maio, que foi de 0,21%. O coordenador do Núcleo, Celso Correia de Souza, explica que junho geralmente tem inflações baixas, mas a greve dos caminhoneiros fez com que a inflação atingisse um alto patamar, influenciando principalmente o setor de Alimentação.

De acordo com a pesquisa, o grupo Alimentação fechou junho com uma alta de 3,22%, atípica para o período. “O país sofreu esse impacto da paralisação que, certamente, ainda terá reflexos na inflação dos próximos meses”, explica o coordenador. Em Campo Grande, alguns produtos alimentícios, como a batata, triplicaram de preço durante a greve dos caminhoneiros.

“Além disso, outro problema que pode transcorrer ao longo do ano e influenciar no aumento inflacionário, principalmente, relativo ao grupo de Alimentação, é que a safra agrícola de grãos do biênio 2017/2018 será 7% menor que a anterior, podendo atrapalhar a regulação dos preços de produtos alimentícios”, explica o pesquisador. O alto valor do dólar que, a longo prazo, pode causar inflação devido aos produtos importados como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina, também são elencados por Celso Correia.

A inflação elevada também foi reflexo no grupo Habitação, que teve índice de 1,81%. O pesquisador explica que a energia elétrica, que teve a bandeira alterada para vermelha nível 2, e o gás de cozinha impactaram fortemente o grupo. Além da alimentação, a Educação também sofreu aumento, com taxa de 0,5% e o grupo Saúde teve inflação de 0,47%.

Nem tudo aumentou durante o mês de junho, três grupos apresentaram deflações segundo o IPC/CG e ajudaram a segurar a inflação. Foram eles: Transportes (-0,56%), Despesas Pessoais (-0,44%) e Vestuário (- 0,54%).

No acumulado de 2018, com total de seis meses, a inflação passou para 2,10%, um índice já muito próximo de 2,25%, que é a metade do centro da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional) para o ano todo. “Fatores que poderão ajudar na redução da inflação este ano são, infelizmente, a continuidade do alto nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia, o alto nível de endividamento da população, fazendo com que haja queda de demanda, inclusive, em produtos de alimentação”, revela o professor da Uniderp.

(Com informações do IPC/CG)