Transporte e alimentação são responsáveis pela desaceleração 

A inflação medida pelo IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) desacelerou e fechou maio em 0,10%, o menor indicador de 2017, após ficar em 0,31% no mês de abril. O resultado não vinha tão baixo assim desde de 2007, quando ficou em 0,05%, de acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. Os grupos que colaboraram para a desaceleração são transporte e alimentação, que encerram o mês com deflação e, consequentemente, contribuições negativas. Os grupos Vestuário e Saúde foram os principais a elevar o indicador.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, na capital de Mato Grosso do Sul é de 3,78%, índice abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. No período, o maior índice em relação aos grupos é do Vestuário, com alta de 14,70%. No acumulado de 2017, ou seja, em cinco meses, a inflação registrada foi de 1,44%, taxa ainda baixa quando comparada com anos anteriores. As maiores inflações no período foram com Vestuário, 7,71%, e Educação, 1,49%. 

Diferentemente dos meses anteriores, o grupo Alimentação apresentou queda e fechou maio com índice -0,78%. As maiores altas de preços ocorreram com: cebola (32,75%), manga (13,67%) e mortadela (12,49%). Já as principais quedas foram registradas com: melancia (-28,98%), mamão (-25,41%), milho verde (-22,57%), entre outros.

O coordenador do Nepes esclarece que este grupo é o melhor termômetro para o comportamento da inflação ao longo do ano, pois tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário. “Com a melhora do clima no país, vários dos produtos de alimentação têm diminuído de preços, principalmente, os hortifrútis. Se a tendência continuar, certamente a inflação ficará em torno, ou mesmo, abaixo da meta do CMN para o ano de 2017, de 4,5%”, expõe Celso Correia.

Apesar da deflação no setor, apenas cinco cortes de carne bovina, entre os 15 pesquisados pelo Nepes da Uniderp, apresentaram quedas de preços. São eles: alcatra (-3,83%), cupim (-3,64%), picanha (-0,37%), vísceras de boi (-0,21%) e músculo (-0,19%). Já os que tiveram aumento de valor foram: lagarto (8,63%), fígado (8,18%), coxão mole (7,16%), ponta de peito (4,48%), costela (3,96%), acém (3,45%), contra filé (2,37%), paleta (2,20%), filé mignon (0,22%) e patinho (0,22%).

“Apesar do baixo consumo, o valor da carne vermelha tem oscilado muito, um problema que pode ser atribuído à falta de bois gordos para preencherem as pautas dos frigoríficos e/ou a retomada das exportações, interrompidas parcialmente pela operação Carne Fraca,” exemplifica o professor.

Quanto aos cortes de carne suína, aumentaram de preços o pernil (1,64%) e a bisteca (1,23%). Queda de valor foi identificada com a costeleta (-2,96%). O frango congelado subiu 2,13% e miúdos de frango reduziram -0,56%.
Além da alimentação, o grupo Transporte apresentou queda de -1,09%. As maiores reduções ocorreram com etanol (-1,81%), diesel (-1,44%), gasolina (-0,99%) e automóvel novo (-0,17%). Já o grupo Educação teve uma pequena alta, 0,02%, devido a pequenos aumentos nos preços de produtos de papelaria.

Despesas Pessoais fechou com elevação de 0,42%. Os principais aumentos aconteceram com o serviço de manicure e pedicure (9,54%), protetor solar (4,97%) e papel higiênico (2,91%). Já, as quedas de valor foram identificadas com sabonete (-2,43%), xampu (-2,02%) e fio dental (-1,17%). 

O grupo habitação apresentou inflação de 0,05%, motivado por aumentos de preços de vários eletrodomésticos. Os principais produtos com elevação de valor foram: carvão (7,34%), máquina de lavar roupa (6,64%) e freezer (6,07%). Quedas de preços ocorreram com: saponáceo (-5,44%), DVD (-4,14%), amaciante de roupas (-3,27%), entre outros.

A área saúde também registrou aumento de 1,12%, devido aos reajustes autorizados pelo Governo Federal em abril, com reflexo em maio. Os produtos que apresentaram os maiores aumentos de preços foram: material para curativo (4,61%), psicotrópico e anorexígeno (4,77%), antimicótico e parasiticida (4,37%).

Completando o estudo, o Vestuário encerrou o mês com índice de 1,96%. As maiores altas ocorreram com: tênis (8,39%), camisa masculina (8,31%) e blusa (7,38%). Já o sapato masculino (-4,90%), sandália/chinelo feminino (-3,74%), camiseta feminina (-3,07%) foram os principais com as menores quedas.