Com expectativa de fluxo de recursos, dólar cai e fecha a R$ 3,115

Registrou alta de 0,34%

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Registrou alta de 0,34%

Após atingir o maior patamar em cerca de duas semanas, o dólar comercial voltou a perder força em meio a um cenário de fluxo de recursos para o país. A moeda americana fechou em queda de 0,51% ante o real, cotada a R$ 3,115. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou alta de 0,34%, aos 65.211 pontos, puxada pelo desempenho das ações da Petrobras.

Na avaliação de Guilherme França Esquelbek, analista da Correparti Corretora de Câmbio, há uma expectativa de entrada de recursos no país com a reabertura do programa de repatriação de recursos e novas captações externas de empresas. Além disso, a possibilidade do adiamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

— A fragilidade da moeda aqui é reflexo da expectativa de entrada de recursos no país. O provável adiamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer também ajuda no fortalecimento do real — disse.

O movimento no Brasil é contrário ao realizado no exterior, onde o dólar tinha leve alta de 0,12% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil, segundo o “dollar index”, calculado pela Bloomberg.

Apesar dessa queda, analistas lembram que a incerteza política em relação ao avanço das reformas econômicas e o apoio que o governo federal terá no Congresso Nacional podem deixar o mercado mais volátil. No exterior, a atenção estão no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que tomará medidas unilaterais para tentar conter qualquer avanço da Coreia do Norte na área nuclear. Nessa semana, o republicano tem encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.

BOLSA COM POUCOS NEGÓCIOS

Dado o cenário de incerteza, o volume de negócio na Bolsa ficou em R$ 6,5 bilhões, abaixo da média. Segundo Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, os investidores aproveitaram o pregão mais para fazer a arbitragem entre papéis.

— Não há nada que faça a Bolsa ganhar força. A indefinição política e a economia ainda fraca inibem os negócios. O que sustenta a alta de hoje é o movimento de arbitragem entre um papel e o outro — disse.

Nesse tipo de operação, um investidor compra ou vende papéis do mesmo setor ou até da mesma empresa, mas que possuam ações ordinárias e preferenciais, para ganhar na diferença.

— As compras de hoje não têm uma motivação. É só um giro devido a essas arbitragens — explicou.

A Bolsa subiu sustentada pelo desempenho da Petrobras. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registraram alta de 1,24%, cotados a R$ 14,67, e os ordinários avançaram 1,12%, a R$ 15,32, em dia de valorização do petróleo no mercado externo.

Os bancos, que possuem o maior peso na composição do índice, também operaram em alta. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco subiram, respectivamente, 1,69% e 0,49%.

Já as ações da Vale operaram em queda, acompanhando a desvalorização do minério de ferro no exterior. As PNs recuaram 0,82% e as ONs, 0,94%.

A Bolsa informou que o saldo de estrangeiros nos negócios de renda variável está negativo em R$ 3,199 bilhões em março até o dia 30. No ano, o resultado está positivo em R$ 3,997 bilhões.

AÇÕES EM BAIXA NO EXTERIOR

Em Wall Street, bancos e ações ligadas ao setor de energia puxaram os índices para baixo, com o Dow Jones caiu 0,06%, o S&P 500 recuou 0,16% e o Nasdaq, 0,29%.

Na Europa, as Bolsas interroperam uma sequência de quatro altas, prejudicadas pelo desempenho dos bancos. O índice de referência do continente Euro Stoxx 50 recuou 0,8%, enquanto a Bolsa de Londres baixou 0,55% . Em Paris, a Bolsa teve perda de 0,71%, enquanto Frankfurt recuou 0,45%.

 

 

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