Com ajuda do saque do FGTS, vendas do varejo têm melhor abril desde 2006

 Depois de dois meses de queda, comércio varejista cresceu 1% em abril  

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 Depois de dois meses de queda, comércio varejista cresceu 1% em abril

 

As vendas do comércio varejista do país cresceram 1% em abril, na comparação com março, na série livre de influências sazonais, enquanto a receita nominal do setor fechou também com crescimento de 1,3%. Este é o melhor resultado para os meses de abril desde 2006, quando as vendas do comércio cresceram 1,1%. Em abril de 2008 a alta também foi 1%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (13), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento de abril acontece depois de dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou retração de 1,6%.

A redução da inflação, que vem devolvendo o poder de comprar do trabalhador mesmo em um cenário de desemprego, e a liberação de parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), contribuíram para que as vendas no comércio varejista do país subissem 1% de março para abril deste ano, fazendo com que o indicador registrasse o melhor abril dos últimos nove anos – desde o 1,1% de abril de 2006.

Segundo a gerente de Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, o crescimento de 1% de abril foi influenciado, principalmente, pelas vendas do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que apresentaram crescimento de 0,9% após 6% de queda acumulada nos dois meses anteriores e, também, pelas atividades de tecidos, vestuário e calçados (3,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%).

“O setor de hipermercados, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tem um peso importante no consumo das famílias e, por isso, a alta de 0,9 por cento sobre março foi importante para o resultado global do comércio”, finalizou.

Apesar do crescimento de março para abril, as vendas do comércio fecham os primeiros quatro meses do ano com queda acumulada em termos de volume de vendas de 1,6% frente a igual período do ano passado, mas com crescimento de 1,5% no mesmo período em relação à receita nominal do setor.

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com abril de 2016, o volume de vendas do comercio fechou com crescimento de 1,9%. Já o indicador acumulado nos últimos doze meses recuou 4,6%, registrando, porém, a menor queda desde os 5,3% de janeiro do ano passado.

Números comparativos

Para a receita nominal de vendas, além de 1,5% do crescimento acumulado no ano, os indicadores prosseguem com variações positivas de 3,4% frente a abril de 2016 e de 3,4 % no acumulado dos últimos doze meses. Já em relação ao comércio varejista ampliado – que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção – houve crescimento de 1,5% de março para abril deste ano para o volume de vendas e de 2,3% para a receita nominal, ambas na série com ajuste sazonal.

Em relação a abril de 2016, no entanto, o varejo ampliado encerrou abril deste ano em queda de 0,4% para o volume de vendas, mas com crescimento de 0,7% na receita nominal. Quanto às taxas acumuladas, as variações foram de -1,8% nos primeiros quatro meses do ano e de -6,3% nos últimos 12 meses para o volume de vendas. Já para a receita nominal, as taxas foram de 0,3% no acumulado do ano e de -0,4% nos últimos doze meses.

Razões do crescimento

O crescimento de 1% nas vendas do comércio varejista do país reflete, segundo o IBGE, alta em três das oito atividades pesquisadas, com destaque, principalmente, do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Esses setores, ao apresentarem aumento de 0,9% nas vendas, exerceram a principal influência no setor. Em fevereiro e março, eles registraram queda acumulada de 6%.

Também com crescimento importante para o desempenho geral do setor, as atividades de tecidos, vestuário e calçados cresceram 3,5% e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação avançaram 10,2%.
Na outra ponta, as pressões negativas de abril para março surgiram dos segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria: queda de 4,1%; móveis e eletrodomésticos (-2,8%); combustíveis e lubrificantes (-0,8%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,4%). Já as vendas do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com ligeira alta de 0,1%, ficaram praticamente estáveis.

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