Dólar sobe 1,45% e encosta em R$3,50, com atuação do BC

Depois de cair mais de 1,6 por cento

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Depois de cair mais de 1,6 por cento

O dólar subiu quase 1,5 por cento por cento nesta segunda-feira, aproximando-se do patamar de 3,50 reais, após o Banco Central voltar a atuar de maneira mais intensa no mercado de câmbio e com os investidores de olho no cenário político brasileiro.

O dólar avançou 1,45 por cento, a 3,4900 reais na venda, depois de cair mais de 1,6 por cento e ir a 3,44 reais na sessão passada, menor nível em nove meses. Na máxima deste pregão, a moeda norte-americana chegou a 3,5092 reais.

“A tendência do dólar é de queda (sobre o real), o que vai demandar atuação do BC”, afirmou o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.

O BC realizou neste pregão leilão de até 40 mil swaps cambiais reversos –equivalentes à compra futura de dólares–, mantendo a atuação mais intensa feita na sexta-feira, depois de passar quase duas semanas mais longe. Vendeu o volume total em um único vencimento, o mais curto, em 1º de agosto deste ano.

Dados do BC mostram que, no dia 29 de abril, o estoque de swaps cambiais tradicionais –correspondentes à venda futura de dólares– foi a 70,653 bilhões de dólares, sendo que o final do mês anterior ele estava um pouco acima de 100 bilhões de dólares. Com a operação deste pregão, o BC reduziu em mais cerca de 2 bilhões de dólares.

Muitos especialistas entendem que o BC não quer o dólar abaixo de 3,50 reais porque prejudicaria os exportadores e pelo fato de a moeda norte-americana já ter depreciado bastante este ano. Só em março e em abril, as quedas mensais acumuladas foram de 10,17 e 4,34 por cento, respectivamente.

A cena política no Brasil permaneceu no radar dos investidores, com a expectativa de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff será aprovado pelo Senado, o que levará o vice Michel Temer a assumir o comando do país. De modo geral, o mercado reagiu bem à indicação de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles será o novo ministro da Fazenda.

Nesta segunda-feira, o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compra de moeda estrangeira em espécie, prevendo aumentar a arrecadação em 1,4 bilhão de reais só neste ano, um dia após ter anunciado reajustes no programa social Bolsa Família. A medida, segundo operadores, não teve impacto relevante na cotação da moeda.

“A medida (de aumento do IOF)… não chegou a influenciar a cotação (do dólar)”, disse o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado, acrescentando que o impacto da medida será mais restrito ao mercado de turismo.

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