Com prato feito 27% mais caro, cebola e tomate aparecem como ‘culpados’

Campo-grandense está gastando mais para fazer a feira

As chuvas do início do ano e a desvalorização cambial fizeram os preços dos itens do famoso ‘PF’ (Prato Feito) aumentar e muito nos últimos anos. O valor médio do PF em fevereiro de 2014 era R$ 6,48 na Capital, e neste ano chegou a R$ 9,53. O cálculo foi feito pelo NEPES (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp.

Em Campo Grande, ‘fazer a feira’ ficou mais caro em 2016. A cebola e o tomate foram os itens que mais contribuíram para a inflação. A cebola subiu 50% em 12 meses e 126% em 24 meses. O preço médio do tomate passou de R$ 3,61 o quilo em fevereiro de 2014 para R$ 3,99 em 2015 e R$ 6,09 em 2016.

O campo-grandense que gastava R$ 194 com o prato feito em 2014, em fevereiro deste ano desembolsou R$ 286. Quem recebeu um salário mínimo no mês comprometeu 32% do que ganhou. “Está apertado comprar as mesmas coisas que a gente comprava antigamente. Está tudo caro. A gente faz o que pode”, explica a aposentada Izabela Nuha.

O feijão tipo carioca pesou 34% mais no bolso na média nos últimos 12 meses e 55% em 24 meses. Izabel sentiu o reflexo desse aumento no bolso. “Na última vez que eu fui no mercado, semana passada, paguei 7 reais no quilo do feijão. Com o valor que estamos gastando hoje em dia para comer está difícil guardar um dinheirinho para viajar”, afirma a aposentada. Já, a arroz passou de uma média de R$ 11,41 em fevereiro de 2015 para R$ 13,32 no último mês.

Ainda segundo pesquisa da Uniderp, o bife (contrafilé) subiu 15% em 12 meses e 46% em 24 meses. “Eu só compro carne de segunda, a de primeira fica mais para fim de semana, uma data especial”, disse a aposentada Maria Domingos.

Com o preço da carne nas alturas, R$ 22,97 em fevereiro, o campo-grandense está dando um ‘jeitinho’ na hora de fazer as compras. “A gente está diminuindo a carne, comprando a mais barata e comendo mais frango, que é mais barato. Eu costumo ir no mercado nos dias de promoção, terça que é de carne, quinta que é de verdura e legumes, é o jeito”, afirma a pensionista Diva Gonçalves.