Mercado eleva previsão de inflação, baixa de PIB e vê nova alta dos juros
Expectativa dos analistas para IPCA de 2015 passou de 8,37% para 8,39%
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Expectativa dos analistas para IPCA de 2015 passou de 8,37% para 8,39%
Os economistas do mercado financeiro pioraram suas previsões para o comportamento da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e mantiveram a estimativa de uma nova alta dos juros básicos da economia, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta semana.
Pesquisa conduzida pela autoridade monetária com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, e divulgada nesta segunda-feira (1), mostra que a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 passou de 8,37% para 8,39%. Com isso, registrou a sétima semana consecutiva de aumento.
Se confirmada, a inflação de 2015 atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. Para 2016, a previsão dos economistas para o IPCA ficou estável em 5,50% na última semana.
A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada no decreto de programação financeira, está em 8,26%. A equipe econômica informou, na ocasião, que está utilizando as previsões do mercado financeiro em seus documentos.
Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003.
Produto Interno Bruto
Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro baixaram sua previsão, na semana passada, para uma retração de 1,27%. Foi o segunda queda seguida deste indicador. Até então, a estimativa do mercado era de um recuo de 1,24%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado manteve sua previsão de alta do PIB em 1%.
Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que aeconomia brasileira registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015, puxada pelo desempenho negativo do setor de serviços e da indústria, bem como pelo recuo do consumo das famílias e dos investimentos. Neste início de ano, o que evitou um tombo ainda maior do PIB foi a agropecuária.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter subido os juros para 13,25% ao ano no fim de abril, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve a estimativa de que os juros avançarão para 13,75% ao ano na próxima quarta-feira (3) – quando se reúne novamente o Comitê de Política Monetária (Copom) da autoridade monetária.
Para o fim deste ano, a estimativa dos economistas subiu de 13,75% para 14% ao ano, o que mostra que o mercado financeiro acredita que os juros continuarão subindo após a reunião do Copom desta semana. Para o fim de 2016, a estimativa ficou estável em 12% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 permaneceu em R$ 3,20 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 3,30 por dólar.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 permaneceu inalterada em US$ 3 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit ficou estável em US$ 10 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 65,5 bilhões para US$ 66 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte permaneceu em US$ 65 bilhões.
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