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Economia

Mercado da construção civil esfria e provoca demissões no setor

Na Capital, cerca de 4 mil trabalhadores foram demitidos
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Na Capital, cerca de 4 mil trabalhadores foram demitidos

O enfraquecimento do mercado da resultou na queda de 3,95% dos empregos oferecidos pelo setor em todo o Centro Oeste. Este é o resultado de um estudo feito pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção. Nos últimos três meses, Mato Grosso do Sul apresentava média de 60 mil trabalhadores formais, no entanto, neste período só em , aproximadamente quatro mil foram demitidos.

O presidente do Siduscon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul), Amarildo Melo, explica que as demissões são consequências da falta de investimentos do governo Federal e o atraso no pagamento das obras.

“Houve corte de R$ 50 bilhões em dois importantes programas federais, Minha Casa Minha Vida e PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Sem esses investimentos fica difícil, além disso, tem os atrasos nos pagamentos que demoram de dois, no primeiro e seis meses, no segundo. Isso representa que houve uma desaceleração do setor. Só de ICMS [imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação] foram 65% a menos entre novembro de 2014 e janeiro de 2015”, justifica.

O presidente do sindicato acredita que o cenário pode piorar entre junho e agosto deste ano. “Se não houver uma medida concreta de investir em obras públicas, a tendência é que essa queda seja acentuada. Não temos perspectivas de novos lançamentos, a não ser no setor privado, ou não depende do governo, ou porque para quem está com a obra em andamento pode ser mais caro parar”, destaca.

Melo observa ainda que o setor de construção civil depende da demanda no mercado imobiliário. “O governo aumentou as taxas do Minha Casa Minha Vida. Geralmente as pessoas dependem de financiamento para comprar, com os juros elevados, a pessoas deixam de comprar e isso representa o fechamento de empresas que são postos de trabalho. Funciona como uma cadeia, se um quebra, o outro, consequentemente, também quebra. O governo Federal precisa ter equilíbrio econômico”, enfatiza.

Em Campo Grande, onde há três meses, existiam em torno de 26 mil trabalhadores em exercício, em torno de 4 mil foram demitidos, o que representa 15,35% dos profissionais. Esse percentual ultrapassa a queda de todo o Centro –oeste.  Apesar das crescentes demissões, o presidente do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha Neto, se mantém esperançoso em relação ao setor.

“O mercado está mais acanhado devido a essas especulações. Quem tem dinheiro está segurando um pouco mais e esperando o reaquecimento do setor. Ainda assim no geral estamos bem. Acredito que vamos retomar aos poucos até o fim do ano. Estamos indo às empresas e percebemos que o pior já passou”, assegura.

O impacto do momento financeiro ruim vivido pelo país também refletiu nos trabalhadores informais. “Sabemos que a informalidade também foi prejudicada. Nossa mão de obra tem um problema sério de qualificação e muitos acabam sobrevivendo de bicos e pequenos serviços”, afirma.

A estimativa é de que no Estado, o mercado informal no setor de construção civil empregue aproximadamente 60 mil trabalhadores, no entanto, o número não é oficial.  O pedreiro Paulo Alves Cardoso, de 43 anos, está há 20  no ramo e diz que muitos trabalhadores acabam indo para o mercado informal por conta das ofertas salariais.

“Não vejo muitas demissões no setor, mas já vi muito colega deixando seus empregos para trabalharem informalmente porque pagam melhor”, relata. Conforme tabela do Sintracom, serventes ganham R$ 945,00, pedreiros R$ 1.169,00 e mestre de obra R$ 1.800 para jornada de 44 horas semanais, já no mercado informal o valor pode triplicar em algumas situações.

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