Índice registrado foi de 1,78%

 

O ano começou com aumento no custo de vida para os campo-grandenses devido à onda de elevação de preços em diversos produtos. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp, a inflação do mês passado ficou em 1,78%. Fazendo um comparativo exclusivamente entre os meses de janeiro, o índice fica abaixo apenas do ano 2000, quando registrou 2,08%. Analisando todos os meses do ano, o indicador é o mais alto dos últimos 12 anos, quando em abril de 2003 fechou em 2,55%.

Na visão do coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza o índice já era esperado, pois janeiro é um mês tradicional de vários aumentos, como as mensalidades escolares, IPTU, IPVA, além de bandeira tarifária de energia elétrica, de R$3,00 a cada 100Kw consumido e antecipação tarifária dos serviços de água e esgoto da cidade, resultando em um aumento de 12,91% para o consumidor campo-grandense.

“Assim, a inflação acumulada em 12 meses na cidade está em 6,88%, acima do topo da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período 2015, que é de 6,5% e muito além do centro da meta que é de 4,5%”, revela o pesquisador.

Alguns grupos tiveram altos índices de inflação neste mês de janeiro. Destacam-se os grupos Educação (6,57%), Despesas Pessoais (4,99%), Habitação (2,81%) e Alimentação (0,92%). Com índices negativos ficaram Vestuário (-1,0%) e Saúde (-0,25%).

Inflação acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses em Campo Grande é de 6,88%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que é de 6,5% e ainda mais elevada do centro da meta que é de 4,5%. 

Nesses últimos doze meses as maiores inflações acumuladas na Capital, por grupo, foram: Alimentação, com 10,05%, Despesas Pessoais, com 9,98%, Habitação, com 7,55% e Educação, com 7,48%. Os demais grupos se encontram dentro da normalidade.

Os mais e os menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de janeiro foram: taxa de água/esgoto (0,38%), IPTU (0,19%), mensalidade de ensino superior (0,17%), cigarro (0,17%), energia elétrica (0,14%), batata (0,10%), mensalidade de ensino fundamental e médio (0,09%), arroz (0,07%), clube (0,06%) e feijão (0,05%).

Já os itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, com contribuições negativas foram: leite pasteurizado (-0,06%), acém (-0,04%), alface (-0,03%), blusa (-0,03%), abatidos (-0,02%),azeitona (-0,02%), Hipotensor e hipocolesterínico (-0,02%), açúcar (-0,01%), patinho (-0,01%), e gasolina (-0,01%).

Segmentos

Em janeiro de 2015 o grupo Habitação apresentou uma fortíssima elevação em seu índice, em torno de 2,81% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: taxa de água e esgoto (12,91%), IPTU (12,58%), álcool para limpeza (3,82%), entre outros. Reduções de preços neste grupo ocorreram com: vela (-5,22%), lâmpada incandescente (-3,92%), desinfetante (-2,16%), entre outros.

O índice de preços do grupo Alimentação apresentou alta de 0,92%. Esse índice recuou bastante em relação a dezembro 2014, mas ainda preocupa. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: batata, com 29,03%, fígado, com 12,19%, feijão, com 11,83%, entre outros. Quedas de valor ocorreram com os seguintes produtos: limão (-49,58%), alface (-13,48%), azeitona (-9,32%), entre outros.

Em meio há tantos aumentos, a carne vermelha sinalizou redução de preço. Dos quinze cortes de carne bovina pesquisados pelo NEPES da Anhanguera-Uniderp, oito deles estão mais baratos. São eles: músculo (-5,58%), acém (-3,88%), patinho (-2,72%), paleta (-1,35%), coxão mole (-0,57%), filé mignon (-0,50%), lagarto (-0,46%) e alcatra (-0,03%). Aumentos ocorreram com: fígado (9,23%), cupim (8,41%), vísceras de bois (2,21%), peito (1,38%), costela (1,33%), picanha (0,82%) e contra-filé (0,65%).

O valor do frango resfriado reduziu 2,52% e os miúdos tiveram queda de preço de 0,84%. Quanto à carne suína, a costeleta teve queda de preço -3,79%; a bisteca aumento de 0,33% e o pernil aumento de 0,94%.

“A carne bovina, com pequena demanda, começa a cair de preço. Soma-se a isso a queda nas exportações desse produto, em aproximadamente 30%, devido aos problemas de embargos atualmente enfrentados pela Rússia. O mesmo está acontecendo com as carnes suína e de frango, que também reduziram as exportações. O cenário, em um futuro próximo, é que as carnes, de modo geral, podem continuar a recuarem de preços”, avalia  o coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza.

Observou-se no grupo Transportes uma pequena alta em seu índice, da ordem de 0,29% devido, principalmente, aos aumentos de preços de alguns de seus produtos/serviços, a saber: automóvel novo 2,84%, ônibus intermunicipal 0,33%, ônibus interestadual 0,13%, entre outros. Quedas de preços nesse grupo ocorreram com pneu novo (-0,70%) e gasolina (-0,41%).

Como acontece em todos os anos, o Grupo Educação teve, neste mês de janeiro, uma fortíssima elevação em seu índice, da ordem de 6,57%, devido aumentos de preços de mensalidades escolares. A mensalidade de ensino fundamental e médio subiu   9,21%, a de ensino superior  esta 8,35% mais cara e a mensalidade de ensino infantil teve 8,24% de alta. A papelaria também subiu 0,46%.

Já o grupo Despesas Pessoais apresentou uma fortíssima alta em seu índice, da ordem de 4,99%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram: manicure e pedicure (16,32%), clube (8,36%), cigarros (8,35%), cabeleireiro (corte e tintura) (6,11%) entre outros. Quedas de preços ocorreram com creme dental (-0,64%) e sabonete (-0,01%).

O segmento Saúde apresentou uma pequena deflação de -0,25%. Os produtos/serviços desse grupo que aumentaram de preços foram: antiinfeccioso e antibiótico (1,49%), antimicótico e parasiticida (0,71%), antidiabétioco (0,30%), entre outros. Já, os produtos que tiveram quedas foram: hipotensor e hipocolesterínico (-3,54%), psicotrópico e anorexígeno (-1,18%), aitiinflamatório e antireumático (-0,51%), entre outros.

Observou-se no grupo Vestuário, uma forte deflação em janeiro, de -1,0%. Aumentos de preços foram constatados com: camisa masculina (3,61%), bermuda e short feminino (1,86%) e camiseta masculina (0,28%). Quedas de preços ocorreram com: sandália/chinelo masculino (-6,95%), blusa (-5,26%), sapato feminino (-2,58%), entre outros.

IPC/CG – O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/ CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Universidade Anhanguera – Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.