Governo negocia reajuste maior na tabela do IR para evitar nova derrota
Aumentar o reajuste do Imposto de Renda significa diminuir a arrecadação
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Aumentar o reajuste do Imposto de Renda significa diminuir a arrecadação
O governo voltou atrás na correção da tabela do Importo de Renda e já negocia um reajuste maior com o Congresso, tudo para evitar reações e novas derrotas. A vida do governo no Congresso não está fácil. Aumentar o reajuste do Imposto de Renda significa diminuir a arrecadação, mas não vai ter jeito. O Palácio do Planalto está na fase ‘melhor pouco do que nada’.
A presidente Dilma Rousseff passou o dia tentando acalmar os ânimos dos aliados. Recebeu líderes do PT e ministros para um jantar no Palácio da Alvorada. Mais cedo, no Planalto, a reunião foi com senadores de oito partidos da base.
O esforço é para tentar evitar novas derrotas no Congresso em meio ao mal-estar provocado pelos pedidos de investigação de deputados e senadores mencionados na Operação Lava Jato.
O governo teme que deputados e senadores derrubem o veto da presidente Dilma Rousseff e com isso garantam um reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda. Isso aumenta a parcela de isenção do imposto e reduz a expectativa de arrecadação. A presidente Dilma Rousseff queria um reajuste menor, de 4,5%.
Mas diante de tantas dificuldades, na segunda-feira (9) o ministro de Relações Institucionais anunciou que o governo vai apresentar uma proposta para negociar. “A ideia é construir uma alternativa para a questão do Imposto de Renda, nosso objetivo é nessa semana conseguir superar os vetos e poder votar a lei orçamentaria anual. Essa eu acho que é a questão central da reunião”, afirmou Pepe Vargas.
Mas por enquanto o clima continua tenso. A CPI da Petrobras vai ouvir o ex-gerente da empresa, Pedro Barusco, que fez delação premiada e prometeu devolver R$ 100 milhões.
O Psol apresentou uma proposta para que a CPI ouça os 22 deputados e 12 senadores que estão na lista do procurador-geral da República, e quer também que quem têm cargos de comando em comissões deixem as funções. “É perigoso para a sociedade, demonstra uma imensa fragilidade da CPI e do Parlamento manter esses parlamentares nas suas funções, porque eles estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal, e isso é realmente muito grave”, disse o deputado Ivan Valente.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um dos mencionados, já se ofereceu para depor na CPI, mas é contra a proposta de afastamento dos cargos. Ele disse que o procurador-geral da República escolheu a quem investigar e usou dois pesos e duas medidas. “Eu sei separar bem os meus papeis. Meu papel de presidente da Câmara e meu papel de vítima de uma abertura de inquérito imotivada, escolhida a dedo, com objetivos políticos. Mas não tem nenhum problema. Eu vou responder ao inquérito e vou como presidente da Câmara, conduzindo a pauta conforme eu me propus na minha eleição”, disse Cunha.
Senadores mencionados pelo procurador Rodrigo Janot criticaram o fato de não terem sido ouvidos pelo Ministério Público. “Ao longo de todo esse processo de investigação bastava ao Ministério Público se utilizar de um simples instrumento, uma justa medida de bom senso e prudência nesses casos: a oportunidade de esclarecimentos prévios”, ressaltou Fernando Collor.
O líder do PT apontou falhas no pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador. O fato de parte dos recursos, que legalmente recebi na campanha de 2010, vir de empresas que estão sendo investigadas no contexto da Operação Lava Jato não é, por si só, motivo de suspeição e muito menos motivo de abertura de inquérito”, afirmou Humberto Costa.
O líder do Democratas na Câmara saiu em defesa de Janot. “A consagração do princípio da autonomia da atuação do Ministério Público Federal é algo que tem que ser sempre preservado, abrindo a possibilidade, evidentemente, de questionamento de discussões sobre requisitos técnicos nos procedimentos adotados pela Procuradoria-Geral da República”, disse Mendonça Filho.
Nesta terça a presidente Dilma Rousseff se encontra com o ex-presidente Lula em São Paulo.
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