De acordo com a Aprosoja, área destina ao cultivo do grão no Estado aumentou 5,5%

Foi lançada nesta terça-feira (27) a colheita de soja de Mato Grosso do Sul. O evento foi realizado na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e contou com autoridades da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja). O presidente da associação, Mauricio Saito, disse que a estiagem atrapalhou um pouco o plantio do grão, mas que a previsão é do Estado colher cerca de 6,8 milhões de toneladas.

Durante o evento Saito destacou que ainda não é possível dar um número exato porque em áreas mais castigadas pela falta de chuva os produtores não começaram a colheita. “Tem areas de MS que o plantio da soja aconteceu com mais de 18 dias de atraso e as duas últimas semanas de estiagem também prejudicaram na colheita”, ressaltou.

De acordo com a Aprosoja, a área destina ao cultivo do grão no Estado aumentou 5,5% em relação à safra 2013/2014, saindo de 2,18 milhões para 2,3 milhões de hectares plantados.  A produtividade média da safra deve ser de 49,3 sacas por hectare, um aumento de 6,5%. Já o comércio antecipado do produto teve uma queda de 6%, caindo de 31% para 25%. “Isso é um reflexo do que aconteceu com o produtor rural de outubro para cá. Já temos 25% da nossa safra comercializada”.

Ainda de acordo com Saiton, por causa da estiagem que ocorreu no fim de setembro e início de outubro alguns produtores estão acionando o seguro rural. “Tivemos um problema de estiagem muito grande em algumas regiões do nosso Estado. A média foi de 550 mm, mas em alguns municípios ficou abaixo de 300 mm”, afirmou.

O produtor rural Luiz Kohl, que planta soja há 42 anos em Mato Grosso do Sul, avaliou que a safra 2014/2015 foi pior que a 2013/2014 e que ele teve de replantar o grão por causa da falta de chuva. “Eu plantei na hora certa, mas tive que replantar”, destacou.

Kohl espera conseguir colher 45 sacas de soja por hectare, 10% a menos que na safra anterior.  “Eu tenho 500 hectares de soja plantados, comecei a colher no domingo. Não foi bom, mas também não foi muito ruim”, destacou.

A Aprosoja acredita que a produção do milho safrinha também deve ficar prejudicada pelo atraso no plantio e colheita da soja. A associação acredita que o Estado deve manter a produção da área de plantio do milho safrinha, cerca de 1,6 milhão de hectares em relação ao ano passado. “A gente não considera, pelo menos no momento, que possa haver algum tipo de diminuição da área do plantio, mas a impressão que temos é que vai haver um investimento menor. A área se mantém, mas a expectativa mesmo antes de iniciar o cultivo, é que haverá uma diminuição de produtividade por uma diminuição de tecnologia de produção”, concluiu Kohl.