Às 12h41, o dólar recuava 0,79 por cento

Em dia de sobe e desce, o dólar voltou a recuar em relação ao real nesta segunda-feira, com investidores adotando cautela antes do esperado anúncio de cortes de gastos pelo governo brasileiro e da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta semana.

Às 12h41, o dólar recuava 0,79 por cento, a 3,8463 reais na venda, após fechar a sessão passada no maior nível desde 2002, e muito perto da mínima dessa sessão (3,8426 reais).

Na máxima do dia, foi a 3,8937 reais “No Brasil, você tem os cortes de gastos e lá fora você tem o Fed. É motivo suficiente para ter cautela”, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

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Segundo notícias publicadas nos principais jornais nesta segunda-feira, o governo prepara cortes de gastos de cerca de 20 bilhões de reais. Operadores buscavam mais detalhes sobre esses planos, tendo em vista que parte desses cortes deve depender do Congresso em um momento de relações conturbadas entre o Executivo e o Legislativo.

A medida vem após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirar o selo de bom pagador do Brasil, poucos dias depois de o governo enviar ao Congresso proposta orçamentária prevendo inédito déficit primário, que é a economia para pagamento de juros da dívida pública.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

Ao todo, a autoridade monetária rolou o equivalente a 4,080 bilhões de dólares, ou cerca de 43 por cento do lote total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.

Na operação desta sessão, o BC vendeu 3,5 mil contratos para 1º de dezembro de 2016 e 5,95 mil contratos para 3 de abril de 2017. Até a sessão passada, a autoridade monetária vinha ofertando contratos para 1º de agosto de 2016, substituídos pelos vencimentos em 2017.

A reunião do Fed, na quarta e na quinta-feira, também determinava o humor do mercado, diante da possibilidade de que promova o primeiro aumento de juros em uma década. Essa perspectiva se tornou mais incerta nas últimas semanas, em meio a intensas turbulências financeiras relacionadas aos sinais de desaceleração da economia chinesa.

Pesquisa da Reuters com economistas mostrou que a ligeira maioria dos consultados esperava que o Fed opte por iniciar o aperto monetário nesta semana.

“Se há incerteza, isso significa que (a alta de juros do Fed) não está no preço. É de se esperar uma reação forte”, disse o operador de uma gestora de recursos internacional.