Economistas afirmam que saída de Levy vai piorar situação do Brasil

“Ele estava absolutamente só”, disse

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“Ele estava absolutamente só”, disse

A economista Margarida Gutierrez, do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse hoje (18) que a saída do ministro Joaquim Levy da Fazenda é “muito ruim, mas era algo totalmente esperado”. Segundo ela, Levy não tinha mais condições de permanecer no cargo. “Ele estava absolutamente só. Foi melhor para ele. Para o Brasil, será muito ruim”.

De acordo com a economista, “será um tiro no pé” caso o novo ministro, Nelson Barbosa, ou a presidenta Dilma Rousseff decidam “afrouxar” as contas públicas. Margarida acrescentou que o aumento eventual dos gastos levará a novas reduções do nível de atividade econômica, “o que se chama em economia de uma expansão fiscal contracionista, porque vai provocar mais queda, mais desconfiança”.

Segundo a economista, a dívida pública está muito alta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Para Margarida Gutierrez, a política fiscal não pode mais se dar ao luxo de aumentar gastos. “Qualquer aumento de gastos, mesmo que com algum impacto positivo na economia, será mais do que compensado por impactos negativos em termos de índice de confiança, condições do governo de rolar sua dívida, incerteza.”

Luiz de Magalhães Ozório, coordenador de Graduação em Ciências Econômicas do Ibmec Rio, também lamentou a saída de Joaquim Levy. “É muito ruim para o Brasil. Levy foi uma pessoa que demonstrou uma linha clara de trabalho. O tempo todo alertou sobre a importância do corte dos gastos e a melhoria das contas públicas”, destacou.

” Eu diria que (ele) não foi ouvido da maneira que o mercado gostaria que fosse. Ele tinha uma visão clara. Teve uma postura de pedir um arrocho, decisão difícil, mas ciente do efeito que isso viria a ter na economia. A gente perdeu o grau de investimento das três agências internacionais (de avaliação de risco) e isso traz um novo fato negativo, porque as empresas que tiverem necessidade de pegar recursos no exterior vão ter muita dificuldade”, acrescentou Ozório.

Conforme o coordenador do Ibmec, o cenário poderia ser minimizado “se dessem mais atenção ao que Levy falou. A saída dele não será bem vista no mercado internacional. É muito ruim para nossa situação”, concluiu.

 

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