O dólar comercial subiu 0,31%

Pelo quarto dia consecutivo, o dólar subiu nesta terça-feira e fechou no maior patamar em 12 anos. Entre as causas da alta estão a expectativa em torno de votações no Congresso que podem prejudicar o ajuste fiscal do governo e as declarações de um membro do banco central dos EUA apoiando a alta dos juros no país já em setembro.

O dólar comercial — usado em transações no comércio exterior — subiu 0,31%, para R$ 3,465. Na máxima, chegou a atingir R$ 3,48.

Na Bolsa, as ações do Itaú Unibanco e de outros bancos pesaram e o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou com desvalorização de 0,16%, para 50.058 pontos. O Itaú anunciou que seu lucro subiu 22,1% no segundo trimestre, mas registrou aumento do calote.

Segundo especialista ouvido pela Folha, a retomada das votações no Congresso de projetos que podem causar impactos fiscais negativos para o governo teriam pressionado o dólar. Entre essas medidas estão a que revê a desoneração da folha de pagamento e a que amplia a correção do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os depósitos feitos a partir de 2016.

Há também a possibilidade de votação de outras pautas-bomba, após o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo, em julho. Mas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que não pretende colocar em votação projetos que ameacem a economia.

Caso as medidas que comprometem o ajuste fiscal sejam aprovadas, cresce a chance de o país perder o selo de bom pagador concedido por agências de classificação de risco. E isso pressionaria ainda mais a cotação da moeda americana no Brasil, em um contexto em que o Banco Central já deixou claro que não vai fazer intervenções no mercado cambial para conter a alta da divisa.