O JBS está desativando seis unidades e transferindo a produção para outros estados com objetivo de pagar menos impostos. Desde ontem (1), a unidade de Presidente Epitácio (SP) entrou em processo de desativação e terá toda a planta industrial trazida para Mato Grosso do Sul.

O processo de remanejamento, segundo a empresa, pretende corrigir problemas de ‘ineficiência fiscal’. No caso de Presidente Prudente, por exemplo, a unidade da JBS abatia principalmente gado comprado em Mato Grosso do Sul, com pagamento de ICMS na fonte, ou seja, em MS.

Como São Paulo não restitui os créditos tributários sul-mato-grossenses, o frigorífico acabava pagando duas vezes o imposto.

De acordo com o grupo empresarial, 1.500 trabalhadores serão demitidos nas unidades desativadas. O JBS, que tem no total 45 mil funcionários, garante, no entanto, que outras 2 mil vagas deve ser reabertas nas fábricas onde haverá aumento na produção.

Quem aceitar ser transferido para os novos endereços, segundo o JBS, terá preferência na contratação. A informação preocupou as autoridades paulistas. “Fomos pegos de surpresa. São mil e duzentos funcionários e boa parte deve querer se transferir para o Mato Grosso“, reclamou o secretário municipal de administração de Presidente Epitácio, Marlan de Mello.

Nos bastidores, a decisão do JBS é considerada mais um capítulo da guerra fiscal travada entre Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em nota oficial que divulgou no último dia 30 de agosto, a empresa deixou a situação implícita ao afirmar que não pretende retomar as operações nas unidades fechadas “enquanto permanecerem as atuais condições, especialmente da legislação tributária”.

Além de suspender totalmente as atividades da unidade em Presidente Epitácio (SP), transferindo a produção da planta paulista será as unidades da companhia em Mato Grosso do Sul, a JBS já confirmou que vai transferir o abate e desossa de Maringa (PR) para Navirai (MS).

Com as mudanças, a empresa promete aos acionistas elevar em 5% a produção no pais e economizar aproximadamente R$ 200 milhões por ano com as reduções de custos e eficiência fiscal.