À espera dos estudantes, ‘vida’ nos pensionatos próximos à UFMS deve voltar em fevereiro
Aulas na universidade retornam em março e alunos começam a procurar quartos para alugar conforme avançam as convocações de matrícula
Thalya Godoy –
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O ritmo calmo em ruas com pensionatos próximos à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deve chegar ao fim com a proximidade do retorno às aulas em 4 de março. Quem aluga quartos para os estudantes espera que o movimento volte gradualmente em fevereiro, conforme avançam as convocações para matrículas.
Assim, por enquanto, os pensionatos seguem quase totalmente vazios, à espera do retorno de alunos que farão mais um semestre ou que irão começar neste ano a faculdade.
Em publicações nas redes sociais, é possível encontrar anúncios de aluguéis próximos à UFMS a partir de R$ 650, mas os valores facilmente sobem e podem ultrapassar R$ 2 mil a depender do endereço, nível das instalações e serviços oferecidos.
Alguns locais oferecem somente o espaço, enquanto outros incluem até refeições, ar-condicionado à vontade e roupa lavada.
Na Rua Glauce Rocha, na Vila Olinda, o portão de um sobrado anuncia em uma placa “alugo quarto mobiliado”. De acordo com o proprietário, que não quis se identificar, eles esperam aumento de estudantes após liberação de verbas para auxílios estudantis que ajudam a pagar o aluguel.
No casarão de 12 quartos para alugar, apenas estava ocupado em meados de janeiro. O aluguel custa entre R$ 500 e R$ 600 com internet inclusa.
“Vai chegar o pessoal no início e meio de fevereiro, mas vem africanos, bolivianos de outros países que vem estudar na UFMS. Também vêm pessoas de outros estados, mas agora nesse mês de janeiro é tudo quieto”, afirma.
Alaides Remontes administra cinco unidades do “Pensionato Casa do Estudante”, em Campo Grande. Alguns ficam na região central – próximo a colégios conhecidos por boas notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) – e outros perto de universidades como Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal) e UFMS.
Ela conta que o movimento próximo à universidade federal deve voltar a partir do próximo mês. A maior procura até o momento tem sido por quartos próximos aos colégios que atraem estudantes de fora de Campo Grande. “Eles vêm especificamente para fazer o cursinho, tem gente até de outros estados”, ela garante.
Os quartos próximos à UFMS custam em torno de R$ 1,6 mil e na área central ficam entre R$ 2,5 mil a 3,5 mil, a depender do nível de acomodação e serviços inclusos. Muitos reservam o quarto por telefone após verem fotos, enquanto outros fazem questão de conhecer o lugar pessoalmente.
Mãezona do pensionato
Maria Angélica de Carvalho transformou há uma década a casa em que criou os filhos em um pensionato somente para mulheres. Na Rua Bertioga, na Vila Ipiranga, desde 2013, ela “respira” a rotina das universitárias que encontram ali uma “quase mãe” devido às preocupações com alimentação, rotina e conforto.
“Todo mundo casou, todo mundo formou, todo mundo se mudou e eu fiquei nessa casa”, ela relembra sobre os filhos e a decisão de alugar os quartos. Nos meses em que as estudantes estão fora, o único companheiro de Maria é o cachorro Fred.
Os quartos disponíveis para alugar são equipados com cama, guarda-roupa, cortinas e ar-condicionado ligado por 24 horas. A casa também conta com câmeras de videomonitoramento para garantir mais segurança.
O serviço também inclui roupa e sapatos lavados, almoço e jantar prontos, além de dispor de itens para preparação de café da manhã e lanches. O aluguel de cada quarto sai por R$ 2,1 mil atualmente, mas ela pensa em um reajuste devido ao aumento de custos para manter o pensionato.
“Aqui é como se fosse uma extensão da sua casa. Então, a gente faz um excelente almoço […] coisas que não sirvo aqui: refrigerante, mas se ela quiser fazer o suco ou trazer o refrigerante, à vontade. Comer saudável é aqui”, exemplifica Maria sobre a rotina na casa.
Ela é a favor de uma dieta mais leve, mas não restringe o cardápio. “As carnes faço tudo seladinha. Tem empanado e fritura, mas é de vez em quando. Tem aqui a farinha para fazer a massa da tapioca para não comprar nada com qualidade vencida”, garante.
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