Protesto paralisa 30% dos motoristas de aplicativos e ‘freelancers’ aproveitam corridas mais caras
Mobilização silenciosa tem desligamento dos aplicativos e recusa de corridas
Monique Faria –
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Os motoristas de aplicativos de Mato Grosso Sul aderiram à paralisação nacional ‘silenciosa’ nesta segunda-feira (15). A mobilização é feita com desligamento dos aplicativos e recusa de corridas. Com isso, os trabalhadores freelancers, que não aderiram ao movimento, estão aceitando os chamados e faturando mais em Campo Grande. O protesto fez o valor das corridas disparar na Capital.
De acordo com presidente da Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro, cerca de 30% dos motoristas cadastrados em aplicados pararam hoje em Mato Grosso do Sul.
Ainda conforme o representante, não estão mais previstas carreatas ou concentração de motoristas nos altos da Avenida Afonso Pena. O ato deve ficar restrito ao desligamento dos aplicativos.
Na manhã de hoje, a reportagem do Midiamax teve acesso ao aplicativo de um motorista da Uber, e constatou um aumento de até R$ 10 em trechos de várias regiões da cidade. O preço dinâmico, taxa extra quando há pouco motorista para a demanda, estava sendo aplicado em corridas por toda a cidade.
Por que os motoristas de aplicativo de Campo Grande pararam?
Na pauta de reivindicações da categoria está o valor repassado pelas plataformas aos motoristas. Conforme explica Paulo Pinheiro, o desconto que é cobrado por corrida é de 25%, porém pode chegar a até 37% em alguns casos, como nos preços dinâmicos em dias de chuva.
Na avaliação do presidente da associação, o valor é abusivo já que não é reajustado desde 2016, diferente dos custos de manutenção do carro que cresceram no mesmo período.
“Não tem como trabalhar com despesas de locação de aluguel que é alto. Hoje temos carros particulares que cobram caução mais o valor da semana, então para começar o motorista precisa desembolsar R$ 1,2 mil. Perderam totalmente a noção sobre o que é trabalhar com o transporte de passageiros”, ele expõe.
O alto valor cobrado pelas locadoras de automóveis é outro ponto da pauta de reivindicações dos motoristas. “É surreal pagar R$ 3 mil para andar cinco mil quilômetros por mês”, observa.
Entre os custos que os motoristas de aplicativos precisam arcar estão IPVA, plano de dados móveis de internet, manutenção do carro e gasolina. Diante disso, a categoria reivindica que o desconto aos motoristas de Campo Grande seja reduzido para 12% a 15% por corrida.
Além disso, a APPLIC também reivindica da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) a instalação de mais pontos de embarques e desembarques em Campo Grande para evitar multas aos motoristas.
Por fim, a categoria pede a colocação de pontos fixos em rodoviárias de todo país para “acabar com a briga” com os taxistas. “É uma reivindicação a nível nacional”, frisa Paulo Pinheiro.
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