A recente queda nos em deu esperança para diversas famílias que buscam pagar um pouco menos em alimentos no final do mês ou na comprinha da semana. Entretanto, no momento, a alegria é apenas daqueles que gastam em postos e não em mercados.

Na terça-feira (16), o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou a redução nos preços dos combustíveis.

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que a medida causou redução de R$ 0,03 na gasolina comum, equivalente a 0,6%. O valor do teve diminuição de R$ 0,10, uma queda de 0,2%.

Assim, a queda fez com que muitos passassem a imaginar ser questão de tempo para que alguns produtos tivessem mudanças nas gondolas dos mercados de Mato Grosso do Sul, o que ainda não ocorreu.

Preços não caíram após redução

A reportagem comparou os preços praticados pela Ceasa-MS (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) no dia em que o anúncio foi feito e nesta quarta-feira (24), mas as diferenças são praticamente inexistentes.

Com isso, confira a diferença dos preços de alguns produtos antes e depois da redução dos combustíveis:

ProdutoPreço médio dia 16Preço médio dia 24Embalagem
Maçã Gala Comercial TP80 / 135R$ 115,00R$ 110,00cx18kg
Mamão Formosa (MS)R$ 90,00R$ 90,00cx 18 a 20 kg
MorangoR$ 40,00R$ 40,00cx 1,5 kg
Abobrinha Verde – Segunda (MS)R$ 70,00R$ 80,00cx 20 s 25 kg
Alface Lisa / Especial (MS 18 uni / SP 24 uni)R$ 35,00R$ 35,00cx 7 kg
Alho Branco Nacional TP 5 a 7 (RS)R$ 180,00R$ 180,00sc 10 kg
Cebola Nacional (SP/SC/PE)R$ 70,00R$ 70,00sc 20 kg
Cebolinha (MS)R$ 3,00R$ 3,00
Couve Folha (MS)R$ 2,00R$ 2,00
Milho Verde (MS/SP)R$ 60,00R$ 60,00cx 15 kg
Pepino Segunda(MS)R$ 45,00R$ 70,00cx 23 kg
Repolho Verde Extra (SP PR)R$ 45,00R$ 45,00cx 30 kg
Tomate Longa Vida Primeira (MS/PR)R$ 100,00R$ 100,00cx 25 kg
Pacú – Pacú desossado (MS)R$ 31,50R$ 31,50kg
Ovo MédioR$ 229,50R$ 229,50cx 30 dz
AVES ABATIDASR$ 9,20R$ 9,50kg

Com os números levantados, a pergunta que fica é por quais motivos a queda nos combustíveis não impactou nos valores de produtos que dependem de transporte? Conforme o superintendente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em MS, Nilson Azevedo Marques, os motivos são diversos.

Pequena redução não impacta nos alimentos

Primeiramente, Nilson Azevedo explica ser necessário entender que o preço da gasolina não impacta nos preços praticados em produtos alimentícios, pois os caminhões utilizam o diesel.

Mas o diesel não baixou também? Sim, como dito anteriormente na reportagem. Entretanto, não o bastante para causar impacto no valor dos fretes.

“Quando temos uma queda pequena, como essa da semana passada, o impacto é quase inexistente, influencia muito pouco. Agora, se tivéssemos uma queda acentuada de, por exemplo, 10%, aí sentiríamos uma redução [nos alimentos]”, explicou.

Do mesmo modo, o superintendente revela ser necessário entender a origem dos alimentos, que poderão sofrer impactos nos preços conforme a variação do diesel. “O arroz vem do Rio Grande do Sul, então o transporte impacta um pouco, já o produto que é daqui [MS], o transporte impacta bem menos”, contou.

Assim, ainda que a grande redução, citada por Nilson, ocorresse, a mudança nos valores pagos pelos alimentos levaria um tempo para ser sentida.

“São vários fatores, a carne é um exemplo. A arroba do boi caiu, mas o preço da carne se mantém, porque leva um tempo para chegar ao consumidor. Agora, se o preço baixo se manter por um prazo maior, aí sim poderemos sentir”, disse.

Por fim, Nilson comenta que o combustível atua em segundo plano quando o assunto é redução nos preços dos alimentos. Para ele, as movimentações do mercado, como oferta e demanda, são ainda mais importantes para avaliações do tipo.