A Beta Carnes deve solicitar uma nova fiscalização à (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) na próxima semana. Os abates na planta frigorífica foram suspensos desde a última quinta-feira (23) e dezenas de trabalhadores se reuniram em frente ao órgão fiscalizador, nesta quarta-feira (29), para protestar a favor da retomada das atividades.  

A informação do novo pedido de fiscalização foi dada aos trabalhadores da planta pelo presidente da CUT-MS e da FTIAA/MS (Federação dos Trabalhadores na de Alimentação e Afins de Mato Grosso do Sul), Vilson Gimenes Gregório.

O proprietário e outros representantes da empresa participaram de uma reunião com a Iagro ainda nesta manhã. Todos se recusaram a responder às perguntas da reportagem. 

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Funcionários protestam em frente à sede da Iagro (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Segundo Vilson Gimenes Gregório, 80% das inconformidades apontadas pela Iagro foram resolvidas e que isso será apontado em documento. Além disso, a empresa deve solicitar que a Iagro volte a fazer uma nova fiscalização, na segunda-feira (29), para verificar esses pontos. 

A esperança dos funcionários é que voltem ao trabalho o mais rápido possível. Vilson os tranquilizou dizendo que o imbróglio deve ser resolvido em breve, mas prometeu que se a situação persistir eles devem voltar a protestar em frente à Iagro. 

“Se não resolver, nós vamos voltar aqui e ficar. Não vamos sair enquanto não liberar”, garantiu Vilson.

Suspensão em julho

Entre os itens apontados em desconformidade e que motivaram o fechamento da planta estão falhas no encanamento, portas com fechamento ineficiente, licença desatualizada, salas sujas e com pragas, como pequenos sapos, aventais sujos, carcaças no piso, entre outros.

Porém, em julho deste ano a planta também foi alvo de fiscalização e teve os abates suspensos. A Beta Carne entrou na justiça, conseguiu um prazo para fazer adequações e retomou os abates. No relatório de novembro, a Iagro apontou que alguns itens foram cumpridos apenas parcialmente.

A empresa entrou com um pedido na justiça em caráter de urgência, no sábado (25), solicitando que as atividades fossem retomadas, apontando que não teve o direito de apresentar a defesa administrativa e nem recebeu nenhum documento no dia da vistoria.

Contudo, o pedido foi indeferido na justiça, sob a justificativa que a empresa já teria ciência das inconformidades e que não se tratam de fatos novos.

O Midiamax entrou em contato com a empresa via telefone e e-mail, mas não teve resposta. O espaço continua aberto para futuras manifestações.