Com gás de cozinha a R$ 135, distribuidoras de Campo Grande sentem reflexos do aumento do ICMS

Segundo empresas, consumidores foram pegos de surpresa e a venda diminuiu devido ao aumento do valor final do gás de cozinha

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Gás de cozinha (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Empresas distribuidoras e consumidores começaram a sentir os reflexos do aumento do preço do gás de cozinha em Campo Grande. Isso ocorre porque desde ontem, 1º de maio, o preço médio do botijão de gás subiu 11,9% em todo o Brasil devido ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que passou a valer com uma alíquota única em todo o país.

Em Mato Grosso do Sul, o aumento é de R$ 7,49, valor mais caro de todo o Brasil. Em Campo Grande, morador pode desembolsar cerca de R$ 135 para comprar botijão de gás.

Em média, o ICMS equivale a R$ 14,60 do valor do botijão de gás, mas taxa subiu para R$ 16,34 neste mês. Isso impacta Mato Grosso do Sul justamente porque, anteriormente, cada estado cobrava um ICMS diferente no produto. Com o valor unificado, MS terá impacto de 84,5%, o maior de todo o país.

De acordo com Zenildo Dias do Vale, presidente do Sinergás (Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste), o acréscimo de R$ 7,49 refere-se ao valor de compra para revendedoras, no entanto, para o consumidor final o preço pode ficar ainda mais salgado. 

É o caso de empresa Péddy Gás, localizada no bairro Caiçara. Lá, gestores precisaram aumentar em R$ 8,50 em cima do custo e gás de cozinha pode ser encontrado de R$ 120 a R$ 125 da marca Copagaz e Supergás a R$ 120. Valor já inclui a entrega, mas pode variar de acordo com a região da cidade.

Segundo atendente, muitos consumidores foram pegos de surpresa com o aumento a partir de maio, o que atrapalhou as vendas. “Cliente liga, mas vender que é bom, nada”, diz.

Já na Copagaz Expresso, o botijão da mesma marca é vendido a R$ 135, enquanto o da Sugergás está R$ 133 já com o reajuste do ICMS e com entrega, dependendo do endereço.

Conforme José Miranda, dono da empresa, o que mais impactou foi o Imposto em cima do preço do gás, o que fez as distribuidoras aumentarem o valor ao consumidor final também. “Foi o aumento mais forte que houve no último ano”, alega o atendente.

Ainda segundo a distribuidora, os clientes fidelizados continuam comprando no local mesmo com o aumento. Porém, os novos fregueses preferem especular e fazer orçamentos. Na Avenida Fábio Zaahran, outro empreendimento vende o botijão com gás de cozinha a R$ 125.

Empresas ainda não fizeram reajuste

Enquanto isso, outras empresas de Campo Grande aguardam o fim do estoque para reajustar o valor. A Marques Gás, na Antônio Maria Coelho, cobra R$ 120 com a entrega, mas afirma que ainda não subiu o valor. Por lá, as vendas seguem normais e gestor vai tentar segurar o preço o quanto der para não impactar tanto no bolso do cliente.

O mesmo é observado na empresa Minas Gás, que também vende botijão a R$ 120, mas valor pode subir R$ 7,50 quando precisar comprar novo estoque.

Maior aumento do país

Conforme tabela do Sinergás, Mato Grosso do Sul tem maior índice de aumento aplicado (R$ 7,49). Na sequência, aparecem Bahia (R$ 7,12), Sergipe (R$ 5,94), Rio de Janeiro (R$ 5,43), Amapá (R$ 5,06), São Paulo (R$ 3,56), Piauí (R$ 3,39), Goiás (R$ 3,07) e Distrito Federal (R$ 3,04). 

Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Santa Catarina aparecem com redução no valor, com decréscimo de R$ 0,19, R$ 0,24 e R$ 4,67 respectivamente. Inicialmente, reajuste estava previsto para abril. No entanto, foi remanejado para maio.

Com os acréscimos, o Sinergás já estimava que o preço do botijão poderia chegar a R$ 135 no Estado.

“No interior o aumento tende a ser ainda maior pela distância das cidades. Não é a mesma coisa que a realidade da Capital”, acrescentou o presidente do Sinergás.

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