Com alimentos mais baratos, pobres sentem menos inflação do que ricos, mostra Ipea
A queda nos preços dos alimentos em agosto aliviou mais a inflação percebida pelas famílias de baixa renda, que foi praticamente metade da percebida pelos mais ricos, informou nesta quinta-feira, 14, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de um recuo […]
Agência Estado –
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A queda nos preços dos alimentos em agosto aliviou mais a inflação percebida pelas famílias de baixa renda, que foi praticamente metade da percebida pelos mais ricos, informou nesta quinta-feira, 14, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de um recuo de 0,28% em julho para uma alta de 0,13% em agosto para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, houve desaceleração, de uma elevação de 0,50% em julho para aumento de 0,24% em agosto.
Em agosto, o principal alívio inflacionário partiu novamente do grupo alimentos e bebidas, repercutindo a queda expressiva dos preços dos alimentos no domicílio, mas houve pressão da conta de luz mais cara.
“Por certo, a deflação de itens importantes como tubérculos (-7,3%), carnes (-1,9%), aves e ovos (-2,6%) e leites e derivados (-1,4%) possibilitou uma forte descompressão sobre os índices de inflação, sobretudo para as famílias com rendas mais baixas, dado o peso desses itens nas suas cestas de consumo. De modo semelhante, porém em sentido oposto, o reajuste de 4,6% nas tarifas de energia elétrica – e seus efeitos altistas sobre o grupo habitação – impactou proporcionalmente mais a inflação dos segmentos de menor poder aquisitivo, tendo em vista que essas classes despendem uma parcela maior dos seus orçamentos para a aquisição desse serviço”, justificou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura do Ipea.
Quanto aos transportes, embora a alta da gasolina tenha pesado mais no orçamento das famílias de classe média em agosto, a queda de 11,7% nas passagens aéreas aliviou a cesta de consumo do grupo de renda mais alta, que percebeu inflação mais branda que no mês anterior.
Com o resultado de agosto, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em agosto foi de 5,89% na faixa de renda alta e de 3,70% na faixa de renda muito baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, acelerou de uma elevação de 0,12% em julho para alta de 0,23% em agosto. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,61% em agosto.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA.
Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta.
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