A estiagem que dura semanas e a umidade de ar de deserto tem, literalmente, tirado o sono de muito campo-grandense. Para combater os efeitos do tempo seco, os umidificadores de ar são opção para muita gente que faz de tudo para deixar o ar mais úmido em casa. Segundo a meteorologia, os próximos dias devem ser de umidade do ar abaixo dos 15%, o que representa alerta.
No Centro de Campo Grande, a procura tem sido tanta que o estoque de loja de rede varejista não conta com nenhum item à disposição. “Vendemos tudo, estamos sem estoque”, conta o vendedor da loja Gazin, Vitor Lucas.
Nas lojas que possuem o umidificador, o equipamento varia de R$ 65 a R$ 200, dependendo da capacidade de água e consequentemente o tempo de autonomia do aparelho.
Em uma loja de produtos populares na 14 de Julho, em frente à Praça Ary Coelho, a média é de 15 vendas por dia de umidificador. Modelos maiores, que custam R$ 150, representam a maioria das vendas diárias e são muito procurados por mães que tentam amenizar o efeito do tempo seco nos filhos.
Em outra loja de rede varejista, são três modelos de umificadores, variando entre R$ 100 a R$ 200. A demanda, segundo vendedores, aumentou muito nas últimas semanas.
O Jornal Midiamax também procurou o item em lojas mais populares, mas não encontrou os umidificadores.

Umidade de deserto em Campo Grande
O mês de agosto começa com características típicas dessa época do ano. Lábios rachados, pele ressecada e dificuldades para respirar. Assim como em 2021, quando os índices de umidade foram inferiores a 15%, neste ano o cenário se repetiu e Mato Grosso do Sul segue em alerta de perigo por causa do tempo seco.
“O mês de agosto é caracterizado por umidade muito baixa e rajadas de ventos. As temperaturas ainda vão subir muito em Campo e a umidade estará em declínio. Teremos episódios abaixo de 15%, inclusive”, afirma o meteorologista Natálio Abrahão.
De acordo com o especialista, nesta semana frente fria chega ao Estado, mas as chances de chuva são mínimas na Capital, onde os termômetros devem atingir 35°C em agosto. “Até no pôr do sol, onde a temperatura deveria ser mais amena, vai continuar quente”, relata.
Com noites mais quentes e altas temperaturas durante o dia, Natálio afirma que a sensação de incômodo na pele e na respiração vai continuar. “Quem está reclamando, pode ter certeza que vai continuar a reclamar”, pontua.
A tendência é de que agosto acompanhe o mês de julho, que se destacou como o mais quente dos últimos 36 anos. “Isso é resultado do fenômeno La Niña e do aquecimento global”, finaliza.