Golpe do falso emprego faz vítimas oferecendo altos salários em MS; saiba como não cair nas ‘armadilhas’
Criminosos se passam por recrutadores de grandes empresas, oferecendo altos salários e baixas cargas horárias
Gabriel Neves –
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Com promessas de altos salários e baixa carga horária, estelionatários vêm se passando por recrutadores de grandes empresas para aplicar golpes do ‘falso emprego’ em vítimas sul-mato-grossenses. Os crimes, apesar de possuírem variações, seguem o mesmo padrão e visam surrupiar as vítimas e até mesmo utilizá-las para que novos crimes sejam cometidos.
Recentemente, uma mulher, que não será identificada, relatou em suas redes sociais a forma de agir dos criminosos. Em um primeiro momento, foi enviado um e-mail informando que a pessoa teria sido selecionada para uma vaga de emprego e solicitava a entrega de alguns documentos.
Além disso, era disponibilizado um link para que a pessoa realizasse um curso e recebesse um certificado, que deveria ser pago. Os golpes possuem variações, em alguns casos é solicitado o envio de valores simbólicos para concorrer à vaga, quando transferido, o contratante deixa de responder a pessoa.
Ainda existem relatos de pessoas instruídas a recrutar terceiros, fazendo com que o falso recrutador consiga arrecadar novas quantias de pessoas que desejam concorrer às vagas. Levantamento realizado pelo Jornal Midiamax, com dados da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), mostram um aumento de 15,9% em golpes realizados pela internet no ano de 2022.
De janeiro a abril de 2021, foram denunciados 1.197 casos de estelionato e extorsão na internet. No mesmo período desde ano, foram 1.388 casos. Ou seja, um crescimento de 15%. De acordo com o delegado de Polícia Civil, Reginaldo Salomão, os crimes todos se enquadram em prática de estelionato, em alguns casos, a prática pode ser enquadrada em estelionato na modalidade crime continuado.
Salomão comenta que crimes desse tipo se tornaram comuns e a burocracia exigida para que as investigações sejam realizadas causam lentidão na identificação dos autores, que aproveitam disso para seguirem enganando outras vítimas. Para ele, a principal saída é a pessoa tentar discernir as propostas reais das fantásticas.
Ele explica que alguns passos devem ser seguidos antes das pessoas realizarem transferências ou repassarem documentos pessoais através da internet. De primeiro, a pessoa deve contatar a empresa através de números disponibilizados em sites oficiais e questionar sobre a veracidade da vaga. “É importante relatar a proposta recebida e saber se a empresa realmente está com a vaga em aberta e recrutando candidatos pelo celular”.
A Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) orienta o consumidor a se manter atento e não liberar informações pessoais sem ter certeza de que se trata de empresa idônea e, assim, não passar por dissabores.
Falso emprego vira caso de polícia
Ao menos 6 vítimas do golpe do falso emprego procuraram a Polícia Civil em Campo Grande em um mesmo dia no mês de maio, após caírem no golpe da falsa vaga de emprego. O anúncio foi feito em grupos de WhatsApp e as vítimas chegaram a transferir valores para a suposta empregadora.
Conforme o boletim de ocorrência, as vítimas viram o anúncio da vaga para auxiliar de laboratório no grupo de WhatsApp e encaminharam currículo. A suposta empregadora então fez contato e pediu PIX de R$ 69,99, para que as vítimas realizassem os exames admissionais.
No dia marcado para o exame, neste sábado, as vítimas foram até a clínica indicada e o local estava fechado. Foi então que descobriram o golpe e procuraram juntas a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.
Aumento de crimes virtuais
Os golpes sofridos em compras na internet aumentaram 15,9% em Mato Grosso do Sul em 2022, indicam os dados da Sejusp. Conforme o levantamento, de janeiro a abril de 2021, foram denunciados 1.197 casos de estelionato e extorsão na internet. No mesmo período desde ano, foram 1.388 casos.
O aumento dos crimes virtuais envolvendo compras aumentou nas cidades do interior, indo de 657 denúncias para 925 neste ano. Na Capital, o crime teve uma redução de 14%: em 2021, em quatro meses, foram registrados 540 denúncias, enquanto neste ano foram 463.
Os dados totais apontam que o ano de 2021 somou 3.377 crimes de estelionato praticados na internet em MS. Enquanto os de extorsão foram 63.
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