Cerca de 60 indígenas participam da audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que tratou dos direitos humanos à alimentação adequada das comunidades indígenas do Estado, após a interrupção de cestas básicas para as aldeias em terras não demarcadas.

Propostas pelos deputados estaduais petistas, Pedro kemp e Cabo Albi, a audiência reuniu indígenas das etnias Guatiguaçu e Terena. Inicialmente o grupo passaria em protesto pelo Ministério Público Federal, para convidar algum representante da entidade, porém, por conta dos indígenas mais velhos e não conseguiram ir andando até a Assembleia, mudaram os planos e iniciaram a reunião no legislativo.

Em entrevista ao Midiamax, o porta-voz do grupo indígena, Eber Reginaldo, disse que as comunidades que vivem em terras não demarcadas sofrem desde os anos 2000, mas a luta dos indígenas é desde a época da colonização. Ele disse que a comunidade espera que a audiência seja rentável e que “saia alguma coisa daqui”. “Esperamos que essa audiência seja positiva e que essa situação [falta das cestas básicas] seja resolvida”, disse.

Ainda segundo ele, apesar da recomendação do MPF para que as cestas voltem a serem distribuídas, a burocracia pode ter impedido a Funai (Fundação Nacional do Índio) e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de atender o pedido. E com isso, quem padece são as famílias que vivem nas comunidades não demarcadas.