Entre os tipos de combustíveis, a gasolina é a opção mais ‘rentável’ para a população que utiliza algum tipo de veículo em Campo Grande. Se o projeto de lei que prevê aumento em 30% da alíquota do ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) for aprovado, o valor desse combustível pode subir R$ 0,22 nas bombas em Mato Grosso do Sul. Esse possível reajuste causou indignações e vai mexer no bolso dos campo-grandenses que preferem abastecer com gasolina do que usar etanol.

Combustível: mesmo com possível aumento de R$ 0,22, população prefere abastecer com gasolina
Heloísa conta que não adianta o carro ser flex, pois etanol não rende para rodar na cidade (Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

A jovem Heloísa Trindade, de 23 anos, usa o carro para ir trabalhar, além dela mais três familiares também usam o veículo e esse possível aumento vai pesar no bolso. “Sem carro não dá para ficar e abastecer com álcool é desperdício de dinheiro porque não rende. A justificativa que deram para fazer esses ajustes nos valores achei bem desnecessário, infelizmente vou continuar usando a gasolina, pois não adianta o carro ser flex, por álcool vai ter que parar para abastecer todo dia”, opina.

A vendedora Daniela Alves, de 35 anos, diz que gasta em média R$ 800 de combustível todo mês. “Meu carro consome muito e todos os dias preciso abastecer, pois trabalho com vendas e estou na rua a todo momento. Com esse aumento, meu consumo vai chegar a quase mil reais, se eu colocar álcool o valor com certeza triplicará porque não rende no meu carro, se agora já tá difícil encher o tanque, com o reajuste vai complicar mais”, explica.

Para Romário de Matos, 65 anos, reduzir o valor do álcool não vai ser a solução, por ser um tipo de combustível que não rende. “Baixar o preço só vai fazer o consumidor gastar mais dinheiro, o etanol no meu carro, por exemplo, não dura um dia. São centavos, mas se por na ponta do lápis, é muito dinheiro. Por mês eu preciso encher o tanque umas quatro vezes, vou continuar com a gasolina porque ainda é mais durável”.

A proposição é do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e foi entregue na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (31). Na ocasião, Reinaldo pontuou que 86% no Estado usam gasolina e que o aumento para 30% da alíquota de ICMS pode gerar R$ 120 milhões a mais na arrecadação ao ano. Mesmo com a maioria dos consumidores utilizando o combustível, o governador disse acreditar que a diminuição de 5% no imposto sobre o álcool possa estimular a compra do etanol produzido aqui.