A ‘Semana do Consumidor’ chegou, mas nem por isso os campo-grandenses deixam de procurar uma saída para os abusos e cobranças de empresas. Na unidade do Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) Estadual, a maioria das reclamações entre os consumidores que esperam por atendimento é sobre as cobranças indevidas.

Na segunda-feira (11), a maioria dos consumidores reclamava sobre o aumento na cobrança das contas de energia elétrica. As cobranças indevidas causam polêmica entre os consumidores desde o início do ano. Outro alvo de denúncias são as empresas de telefonia, já que os clientes já não aguentam mais receber ligações e cobranças indevidas.

O Coordenador de Atendimento, Fiscalização e Orientação, Rodrigo Vaz, explica que as reclamações na fila confirmam os dados que o Procon analisou com os atendimentos desde o início do ano. Segundo ele, as reclamações mais frequentes são por cobranças indevidas, oferta e cobrança por serviços não contratados, tarifas e a demora no atendimento. Até esta semana, as empresas líderes de queixas foram as concessionárias prestadoras de serviço e empresas de telefonia.

O que pouca gente imagina quando vai reclamar sobre um problema na relação de consumo, é que a história pode se arrastar por anos e até chegar a uma década. O aposentado Gessivan Nunes, de 70 anos, foi ao Procon para reclamar sobre cobranças indevidas de um banco. O problema se arrasta há 10 anos, quando ele e a esposa receberam cartões de crédito que sequer pediram.

Por anos, Gessivan tentou cancelar o cartão, mas afirma que o banco sempre surgia com empecilhos. “Não conseguia nem o endereço de onde poderia ir para conversar sobre este cartão. Me deram um endereço onde nem existia o banco. Até que viemos aqui [Procon], foi marcado audiência e só assim o representante do banco deu as caras”, conta.

Um militar reformado de 78 anos, que não quis se identificar, conta que também está enrolando há anos com um banco. A história começou em Dourados, quando ele tentou comprar um apartamento para o filho. A imobiliária pediu uma entrada de R$ 25mil, mas a entrada não foi protocolada ao contrato, afirma. “Nestas idas e vindas entre Dourados e Campo Grande, vim ao Procon tomar as medidas necessárias, mas caso se arrasta há oito anos. A Justiça até acatou a decisão de me dar o meu apartamento, mas o contrato ainda estava errado”, explica.