O Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) verificou diversas irregularidades em casas lotéricas, Correios e agências de atendimento bancário em cidades do interior de Mato Grosso do Sul. Nos locais, a demora era tanta que consumidores ficaram esperando mais de duas horas, não havia banheiro ou senha para atendimento.

A primeira cidade visitada foi Terenos, a 28 km de Campo Grande. O número de reclamações de consumidores foi grande e a demora excessiva no atendimento foi um dos principais fatores. Em uma vistoria na casa lotérica, que também é correspondente bancário credenciado pela Caixa Econômica Federal, o Procon percebeu que a espera por um atendimento, muitas vezes excede a duas horas. Na visita, um consumidor contou que, além de esperar muito pelo atendimento, também não havia banheiro ou um bebedouro para os clientes. “[Não tem] nem mesmo água que possamos beber não tem aqui”, afirma o consumidor.

Já acostumados com o tempo de espera, teve até uma consumidora que pegou a senha, foi para casa ‘tomar um chimarrão’ e voltou minutos antes de ser chamada. Segundo o Procon, as irregularidades não param por aí. O local dá prioridade apenas para quem faz jogos, então quem precisa de outros serviços só é chamado quando acabam as senhas para apostas. “A prática se configura em ‘venda casada”, conclui o superintendente do Procon Estadual, Marcelo Salomão.

Além de Terenos, o Procon fez vistorias também em Rio Verde de Mato Grosso, a 194 km da Capital. Na cidade, os alvos da fiscalização foram uma casa lotérica, agências dos Correios e do Banco Bradesco. Na agência do banco, por exemplo, não havia atendimento prioritário e todos os clientes ficam na mesma fila. Também não há distribuição de senhas.

A falta da senha eletrônica foi a irregularidade mais comum nos Correios, onde haviam longas filas. A casa lotérica da cidade passou pelo mesmo problema. Além disso, na casa também não havia sanitários para uso dos consumidores. De acordo com a superintendência, em todos os casos fiscalizados foram expedidos autos de autuação e concedido prazo para defesa.

Marcelo Salomão afirma que o consumidor não tem conhecimento dos seus direitos e, geralmente, não sabe onde se dirigir para reclamar. “Por isso, o Procon Estadual está sempre à disposição da população para encaminhar soluções às demandas apresentadas”, diz.